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Candidatura de Arthur visa ‘botar o dedo na ferida’, diz coordenador do MBL que virou presidente do Patriota de São Paulo

Boletim conversou com Renato Battista, presidente do Patriota de São Paulo, que falou sobre Aliança pelo Brasil, Fernando Holiday, Filipe Sabará e, claro, sobre a futura candidatura do 'Mamãe Falei' na capital paulista
Arthur do Val (Foto: ALESP)

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Foto: ALESP

O diretório paulistano do Patriota está, desde o início de fevereiro, sob nova direção. Passaram a ocupar os principais postos do órgão partidário ativistas ligados ao MBL de São Paulo sob a liderança de Renato Battista, ex-Partido Novo e apresentador do MBL News. O nada modesto desafio do grupo é estruturar a sigla (e o movimento) para seu mais ousado voo político: fazer de Arthur do Val o próximo prefeito de São Paulo, cidade mais populosa da América do Sul e com quase 9 milhões de eleitores.

Atualmente deputado estadual, Arthur – que ficou muito conhecido pelo canal do YouTube Mamãe Falei, hoje com mais de 2,5 milhões de inscritos – foi eleito em 2018 pelo DEM com 478.280 votos. O relacionamento com a sigla, contudo, não fluiu: crítico ao governador João Doria (cuja base na ALESP é integrada pelo DEM), Arthur não economizava críticas ao partido e sabia que teria suas pretensões ao executivo barradas.

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Sem poder sair da sigla sob o risco de perder o mandato, uma reviravolta ocorreu em novembro, quando foi expulso do partido. Liberado para se filiar a outro, Arthur começou um amplo conjunto de conversas com legendas que estivessem interessadas em lhe dar estrutura para disputar a Prefeitura – e que resultaram no acordo com o Patriota, antigo PEN, que concordou em entregar as chaves do diretório municipal para o MBL se organizar.

Em entrevista exclusiva ao Boletim da Liberdade, Renato Battista falou sobre o processo de negociação de Arthur com outras siglas, adiantou que o MBL passa a ter autonomia total sobre o diretório municipal e que escolherá apenas candidatos a vereador “completamente alinhados” ao futuro candidato a prefeito. “Até para o eleitor ter tranquilidade na hora de votar em um candidato da nossa chapa”, destacou.

Na mesma conversa, Battista também deu dica de como o candidato do MBL poderá se diferenciar de Filipe Sabará, aprovado no processo seletivo do Partido Novo para disputar a Prefeitura de São Paulo, e adiantou que o vereador Fernando Holiday, tão logo abra a janela partidária, também sairá do DEM para ir ao Patriota e se tornará líder da sigla na Câmara Municipal. Confira:

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Boletim da Liberdade: Como foi o processo de negociação com os partidos até o MBL chegar ao Patriota?

Renato Battista: A partir do momento que foi expulso do Democratas, o Arthur [do Val] passou a receber diversos convites de outros partidos para disputar eleição. Mas assim que a gente conversava com algum partido, logo depois aquela sigla conseguia algum espaço na administração pública por meio de loteamento do prefeito Bruno Covas. Então os partidos foram se esvaindo e, então, sobrou o Patriota, que queria ter uma candidatura própria, que não nos pediu nada e que resolveu brigar com a candidatura dele. Então a gente está muito tranquilo com o partido até então.

Centro de São Paulo (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Boletim da Liberdade: Você e outros membros do MBL como Rubinho Nunes, Jean Franco, Cauê del Valle e Rafael Rizzo assumiram o diretório do Patriota de São Paulo (SP), que é definitivo. Com isso, o MBL passará a ter autonomia total sobre a sigla no município para as eleições de 2020 – inclusive na escolha da nominata de vereadores?

Renato Battista: Sim, nós teremos [autonomia sobre] o diretório municipal e só serão candidatos aqueles que tiverem alinhados com o que o Arthur está defendendo para a cidade. Ou seja, com a plataforma de governo que ele quer apresentar. Só os completamente alinhados serão candidatos, até para o eleitor ter tranquilidade na hora de votar em um candidato da nossa chapa.

Boletim da Liberdade: Muito se falou que o Patriota poderia ser um dos partidos que abrigariam bolsonaristas ligados ao Aliança, que não deve se formalizar a tempo das eleições de 2020. Hoje, por outro lado, o MBL está bastante crítico ao bolsonarismo. Haverá espaço para os grupos bolsonaristas, que não devem concorrer pelo PSL?

Renato Battista: Da minha parte, do diretório de São Paulo, não pretendo que tenham candidatos que usem o Patriota como barriga de aluguel. Ou seja: que usem a legenda e aí, quando o Aliança for criado, saiam do Patriota para ir para o Aliança. Nós temos que ter candidatos que estejam alinhados ao projeto, tanto do Arthur prefeito quanto do Patriota. Quem quiser disputar eleição pelo Aliança ou queira ir para o Aliança no futuro, é melhor esperar o Aliança ficar pronto.

Quem quiser disputar eleição pelo Aliança ou queira ir para o Aliança no futuro, é melhor esperar o Aliança ficar pronto.

Boletim da Liberdade: Primeiro político eleito pelo MBL, o vereador Fernando Holiday irá para o Patriota para tentar sua reeleição?

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Vereador Fernando Holiday (Foto: André Bueno / CMSP)

Renato Battista: Sim. O Fernando Holiday deve ir ao Patriota assim que abrir a janela partidária, que salvo engano é a partir do dia 5 de março. Ele virá para o partido e será o líder na Câmara Municipal de São Paulo.

Boletim da Liberdade: O que podemos esperar da futura candidatura de Arthur do Val para a Prefeitura de São Paulo?

Renato Battista: O Arthur é, principalmente, conhecido por ser um sujeito corajoso e que enfrenta corporações, máfias e sindicatos. Ele proporá isso na sua plataforma de governo: botar o dedo na ferida em algumas coisas em São Paulo que acontecem há anos e que ninguém fala nada. Por exemplo, na questão da máfia de transportes, na questão dos táxis que vivem em busca de asfixiar qualquer outra forma de transporte alternativa. Vamos botar o dedo na ferida nesse sentido.

A outra parte [da candidatura], também, vai mostrar que o Arthur é um gestor. Ou seja: que ele é um cara que veio da iniciativa privada, que construiu a vida inteira em São Paulo, que fez a empresa dele, que cresceu a empresa dele, obteve sucesso e depois resolveu se dedicar à causa pública. Além disso, ele vai mexer em outras questões importantíssimas para o planejamento de qualquer cidade, como é a questão do urbanismo. A questão de discutir o adensamento da cidade, de retirar imposições para construção, limites de altura, etc. Essa questão de enfrentar certas máfias e corporações, e a questão urbanística da cidade, serão duas pautas que com certeza ele falará bastante.

Ele proporá isso na sua plataforma de governo: botar o dedo na ferida em algumas coisas em São Paulo que acontecem há anos e que ninguém fala nada.

Boletim da Liberdade: Como Arthur pretende se diferenciar de Filipe Sabará, do NOVO, que também deve ter um viés liberal na candidatura?

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Renato Battista: Em primeiro lugar, São Paulo precisa de alguém que tenha coragem para enfrentar determinados desafios, como a questão da máfia dos transportes. O Arthur também é um empresário do mundo real, que empreendeu sozinho, que saiu do zero e construiu sua própria carreira. Essas duas questões já o diferenciam muito: o fato de ser um cara corajoso e de ser um cara que se fez sozinho, sem ajuda de ninguém.

Boletim da Liberdade: O último grupo liberal que participou de diretórios de um partido tradicional foi o Livres, quando se juntou ao PSL antes da chegada de Bolsonaro. A história não terminou bem. O MBL não teme o risco de repetir a mesma história?

Renato Battista: Trata-se de um caso diferente. Porque não foi o MBL que aderiu ao Patriota, mas sim alguns membros [que fizeram isso] em decorrência da candidatura do Arthur. Não tem, portanto, esse alinhamento total. Em outras cidades não terá. O MBL continuará suprapartidário.

Boletim da Liberdade: Muito se especulou, nos últimos anos, do interesse do MBL de fato tornar-se um partido político no longo-prazo. Essa experiência no Patriota paulistano deve ser encarado como uma fase desse projeto?

Renato Battista: As exigências e as burocracias para a criação de um partido são praticamente inviáveis para um grupo que não tem muitos recursos financeiros, como é o caso do MBL. Então não [é uma fase do projeto de criar um partido próprio].

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