
O presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira (14) o nome de seu novo Ministro das Relações Exteriores: o diplomata de carreira Ernesto Araújo, de 51 anos, que atuava como diretor do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty. [1]
A nomeação de Araújo representa uma vitória da ala mais ideológica que cerca o presidente eleito. Neste círculo, destacam-se o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), o analista político Filipe G. Martins – diretor de assuntos internacionais do PSL – e o filósofo Olavo de Carvalho, que já manifestou interesse em assumir a embaixada brasileira nos Estados Unidos.
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Artigos escritos
De acordo com o publicado no jornal Folha de S. Paulo, a própria nomeação de Araújo teria sido influência direta de Olavo, que teria recomendado aos seus milhares de seguidores um texto publicado pelo diplomata em 2017. [2][3]
No artigo, intitulado de “Trump e o Ocidente”, Araújo afirma que a o Ocidente “está psiquicamente doente” e que “não quer olhar para si mesmo, tem um forte impulso de autocontestação e por vezes até mesmo celebra a substituição de sua cultura por aquela dos imigrantes não ocidentais que chegam em número crescente”.
Dono do blog “Meta Política”, Araújo se descreve como alguém que “quer ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista”, critica o marxismo cultural e afirma que a “a fé em Cristo significa lutar contra o globalismo”.
“”O [último objetivo] do globalismo é romper a conexão entre Deus e o homem, tornando o homem escravo e Deus irrelevante. O projeto metapolítico significa, essencialmente, abrir-se para a presença de Deus na política e na história”, diz o texto descritivo. [4]

Recado a liberais e conservadores
No dia 28 de setembro, antes do primeiro turno, Araújo publicou um artigo destinado a liberais e conservadores. Nele, afirma que as eleições representavam “uma batalha pelo futuro do Brasil” e que era preciso “salvar o país”.
Em seguida, diz explicitamente que “quem se diz liberal e não está com Bolsonaro é porque não se importa com a liberdade, mas apenas com a sua própria imagem”. Ao mesmo tempo, “quem se diz conservador e não está com Bolsonaro é porque só quer conservar sua própria convicção de superioridade moral”.
O futuro Ministro das Relações Exteriores de Bolsonaro também chamou o PT de Partido Terrorista no texto. [5]
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