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Cientista político especula que presidente pode ser mistura de Lula e Bolsonaro

Christian Lynch disse ainda à BBC que ocorre no Brasil um processo que ele batiza de "revolução judiciarista" e que o STF se tornou um "campo de batalha"

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Supremo Tribunal Federal (Foto: Reprodução / BBC)

Em entrevista à BBC Brasil, o cientista político e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Christian Lynch, pesquisador do liberalismo e do conservadorismo no Brasil, comentou o quadro atual do país. Ele disse que o STF é “o órgão mais poderoso da República”, que entrou em curso uma espécie de “revolução judiciarista” no Brasil e que o próximo presidente pode ser uma mistura entre Jair Bolsonaro e Lula. [1]

Sobre a teoria da “revolução judiciarista”, Lynch estabelece uma analogia com o tenentismo, movimento militar que realizou revoltas no começo do século XX contra a República Velha. Ele diz que desde 2013 “o consenso moderado da política brasileira de vinte anos se desfez e voltaram a surgir correntes radicais da direita e da esquerda”. A insatisfação com o establishment oportunizou o advento de “vanguardas” dentro do próprio estado, sobretudo no Poder Judiciário, acreditando que não há saída no aparato institucional.

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“A judicialização da política foi uma consequência da Constituição de 88”, avalia Lynch, e com isso surgiu a ideologia do “judiciarismo”, sustentando que “os juízes e promotores não deviam mais se limitar a executar as leis de forma passiva”. Essa ideologia teria chegado ao STF, o que o investiu de tanto poder. “O STF virou um campo de batalha entre aqueles que, como o Barroso, querem levar adiante a ‘revolução judiciarista’, a fim de ‘empurrar a História’, e aqueles que querem debelá-la a fim de salvar o establishment político”.

O cenário, na opinião dele, pode favorecer um presidente “Bonaparte”, alguém “que reivindique o restabelecimento da autoridade e da honestidade, de um lado, com a necessidade do progresso social, de outro”, o que seria, em resumo, “uma mistura de Lula e Bolsonaro”. O nome mais óbvio seria o do ex-ministro Joaquim Barbosa, mas nesta terça-feira (8) ele afirmou que decidiu não concorrer.

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