A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou neste sábado (5), em Londres, que o ex-ministro da fazenda Joaquim Levy “não estava à altura” dos desafios da economia brasileira.
Em resposta à pergunta da economista Laura Carvalho, ligada ao PSOL, sobre um possível arrependimento de tê-lo nomeado e de dar início a uma política de ajuste fiscal, a petista afirmou, porém, que partes dos desafios não estavam sob controle de Levy – especificamente, lidar com a crise política, que ela prefere chamar de “golpe”.
“Eu acho que o Joaquim Levy não estava a altura do momento. Uma parte, porque ele não estava. Mas outra parte, não é porque ele não estava não”, disse, confundindo-se com as palavras e arrancando risos da plateia.
Em seguida, complementou: “É porque durante todo 2015, vocês esquecem, houve um golpe. O golpe não começa no dia quando eu levo um golpe. O golpe começa porque quando eu sou eleita”.
A partir daí, a ex-presidente reclamou do Congresso Nacional e pelo fato de não ter controle sobre as emendas que eram incluídas na Câmara.
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“Nós não controlávamos a Câmara. O que entra, no Brasil, numa lei, não é o que sai. É o que o pessoal chama de jabuti, dado aquele ditado: se o jabuti está numa árvore, é porque ou é enchente ou é mão de gente. Era um problema que não controlávamos. Não havia controle sobre as emendas”, disse.
Dilma também opinou que a crise econômica foi gerada por um erro de seu governo em buscar estimular o investimento privado em tempos de crise e reclamou dos empresários:
“Mandamos desonerações para a folha [de pagamento]. Nós queríamos diminuir a baixa competitividade que nós tínhamos porque estavam ‘esfolando’ trabalhadores fora do Brasil. Então o custo do trabalho de outros países era menor do que o nosso. Quando fomos desonerar a folha para reduzir o custo do trabalho, o que eles [empresários] fizeram com a desoneração? Eles embolsaram. Aumentaram a margem de lucro”, disse.
Sobre Levy, ela complementou: “Quando eu digo que Levy não estava a altura desse momento, é porque ele não entendeu esse momento. E passa a querer medidas de alguém que achava que se sairia rapidamente da crise. De que não havia esse nível de desgaste. Que não haveria toda tentativa para impedir que ocorra [a saída da crise]”, concluiu.
A ex-presidente Dilma Rousseff palestrou a convite do Brazil Fórum UK, que acontece na London School of Economics e na Oxford University entre este sábado (5) e domingo (6). Ao longo da apresentação, a petista também reforçou sua opinião de que a prisão de lula foi política e, ao longo da palestra, foi aplaudida entre os presentes – reforçando, em parte, a imagem de que o evento é pouco plural ideologicamente.
+ Lideranças liberais palestram no Reino Unido no Brazil Forum UK
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