Durante a disputa eleitoral de 2014 ao governo maranhense, o candidato do Partido Comunista do Brasil, o professor Flávio Dino, havia chamado a atenção ao, paradoxalmente, defender que o estado precisava de um “choque de capitalismo”. Porém, uma notícia divulgada nesta sexta-feira (20), já no último ano de seu mandato, provocou calafrios em quem teme a natureza antidemocrática do comunismo. [1]
Uma circular interna do governo, datada de 19 de abril e partindo de Barra do Corda com foco para toda a região, foi encaminhada a policiais militares de cidades do interior determinando que levantassem informações sobre o comportamento de opositores durante o período eleitoral. O texto, condenado por diversos partidos, pede resposta em caráter de urgência e manda explicitamente que os policiais informem aos políticos da situação todos os nomes que podem “causar embaraços no pleito local”.
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O texto não especifica o que seriam esses embaraços. O secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, apressou-se em condenar o conteúdo, em entrevista à Rádio Mirante AM, revelando que nem ele, nem o comandante geral, Coronel Jorge Luongo, foram consultados sobre o assunto. “É um erro gravíssimo”, frisou, e disse que determinou a exoneração dos responsáveis. “Não tem como permanecer na direção de um controle de um processo eleitoral quem emite uma nota dessa. Somos uma corporação que tem disciplina e hierarquia. Qualquer determinação de normas e orientações gerais tem que partir, como o nome diz, de um comando geral”. O documento é assinado pelo Tenente-Coronel Emerson Farias Costa, Chefe do Estado Maior do Policiamento do Interior.
O próprio Flávio Dino já reagiu à divulgação do ofício. Disse que mandou “demitir o autor do papel disparatado” e apurar o motivo da assinatura. Ele alega que seus adversários, principalmente o emedebista José Sarney, estão tentando intimidá-lo. O ex-governador e ex-presidente da República estaria “desesperado para voltar ao poder”. [2]
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