O tema imigração, sempre propulsor de polêmicas políticas, ensejou uma crítica do Instituto Mercado Popular ao publicitário e analista Alexandre Borges, com base em artigo que ele escreveu para a Folha de S. Paulo e foi publicado no último dia 23. Na resposta crítica, o Instituto chama Borges de “polemista conservador” e “ex-integrante da entourage de Jair Bolsonaro”.
Em seu artigo, Alexandre comentou a atualização do Estatuto do Estrangeiro no Brasil, o que, segundo ele, foi feito com “um entendimento pouco iluminado sobre o que está na essência de uma política inteligente e responsável de migração”. A interpretação de Borges é de que o Estatuto promete benefícios inviáveis aos estrangeiros, que “não cumprimos nem sequer para nós mesmos”. Ele citou o exemplo de um camaronês condenado por tráfico de drogas, protegido da extradição sentenciada desde 2010 por ter tido um filho no Brasil, graças a uma liminar do ministro do STF Marco Aurélio Mello alicerçada nas inovações do Estatuto. [1]
“Malabaristas intelectuais costumam torcer dados até que confessem que todo fluxo migratório é positivo, desconsiderando o momento histórico, além do cenário social e econômico local em cada caso”, pontuou Borges. “Imigrantes costumam formar um contingente vibrante e dinâmico de indivíduos criativos e energéticos que sonham com uma nova vida com mais oportunidades, mas é isso que oferecemos fora dos discursos e das alegadas boas intenções?”.
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A crítica
Para o Instituto Mercado Popular, no entanto, a análise de Borges se concentraria em sustentar que os imigrantes devem ser rejeitados para que os brasileiros não sejam “forçados repentinamente a disputar empregos com multidões de novos cidadãos”, havendo, a seu ver, “diversas evidências” em contrário a esse raciocínio. O Instituto sustenta que imigrantes aumentam a demanda por empregos, bem como o consumo e a renda, sendo “significativamente mais propensos a serem empreendedores e inventores”. [2]
O Instituto Mercado Popular destaca que “foi atrás dos dados” para justificar suas posições, afirmando que o número de imigrantes no Brasil é muito diminuto. “No texto, Alexandre ironiza o uso de dados estatísticos para discutir a questão, associando-os ao elitismo. A semelhança com o discurso da esquerda brasileira sobre previdência não parece mera coincidência”. O comentário encerra de maneira irônica, mencionando que Alexandre “assina como diretor do Instituto Liberal”, e relaciona um gráfico mostrando que, em 2010, imigrantes perfaziam 0,3 % da população brasileira, com base em cálculos feitos a partir de dados do IBGE.
O Boletim publicou uma matéria especial em maio sobre como essa questão divide liberais e conservadores. Confira aqui.
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