Reinaldo Azevedo, colunista da revista VEJA, conhecido por sua antiga oposição ao PT, ironizou em suas colunas importantes figuras do meio liberal e conservador brasileiro, tais como Olavo de Carvalho e Rodrigo Constantino, alcunhando-as de “direita xucra”. Segundo Reinaldo, todos os seguidores dessas pessoas estariam empobrecendo o debate público e, junto às manifestações marcadas pelos movimentos populares (MBL, Vem Pra Rua, Nas Ruas, etc.) para o próximo dia 26 de março, estariam ajudando a extrema esquerda a voltar ao poder.
Tudo começou depois que a jornalista Joice Hasselmann, em vídeo de cerca de nove minutos em seu canal próprio no Youtube, levantou críticas ao que considerou terem sido mudanças de opinião do ex-colega de VEJA, que havia se posicionado contrariamente às manifestações do dia 26. Joice interpretou a atitude de Reinaldo como sendo contraditória com seu apoio aos movimentos organizados. Reinaldo respondeu com um vídeo de 25 minutos contestando os argumentos de Joice, afirmando que ela é “bruta”, só ascendeu por conta de sua “exuberância” física e dizendo que “não gosta” dela.
Antes mesmo do vídeo em que Joice reagiu aos ataques, comentando que Reinaldo sempre foi marcado pela arrogância, internautas começaram a fazer avaliações negativas e comentários críticos nas páginas virtuais da Jovem Pan e do próprio Reinaldo. O colunista de VEJA, então, publicou um artigo intitulado Por que sou o nº 1 na lista de fuziláveis feita pelas esquerdas, em que afirmou que “Joices, Olavos e Constantinos” formam a “direita xucra”, cujas pautas “estúpidas” auxiliam o crescimento da esquerda, mobilizando, “com seu rancor, com seu fel, com a sua falta de limites, o que há de mais nefasto no pensamento conservador: os reaças burros”.
Rodrigo Constantino reagiu comentando que o “ego desse senhor precisa ser urgentemente desinflado”. Definiu: “Se Reinaldo Azevedo é a ‘direita permitida’ pela grande imprensa, uma espécie de ‘direita da esquerda’, então é fundamental mostrar que ele não fala em nome da direita, que o seu ‘tucanismo’ não representa o liberalismo clássico, muito menos o conservadorismo de boa estirpe, mas sim uma versão mais light do próprio petismo. O ranço trotskista permanece presente no escritor, que tem deixado o estilo radiofônico dominá-lo cada vez mais, mesmo em seus textos. Está mais afetado, histriônico, arrogante, e se achando o senhor da razão”.
Já Olavo de Carvalho preferiu se limitar à ironia: “Antigamente eram as mulheres, quando levavam um safanão, que xingavam os homens de ‘brutos’. Nunca esperei viver o bastante para ver um homem chamar uma mulher de ‘bruta’. Só podia ser mesmo o Arruinaldo Azevedo falando da Joice Hasselmann. Os tempos realmente mudaram.
Estou começando a achar que a ideologia de gênero tem alguma razão de ser”.