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Precisamos falar sobre a bancada do PSL na Câmara

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Sim, você já sabe que eles pouco fazem pela reforma da previdência. Em todos os debates, discussões no plenário, combate a fake news nas redes sociais… quantos deputados do PSL estão envolvidos? Quantos estão argumentando pela reforma? Alguns, por falta de vontade, outros por falta de capacidade mesmo. Os poucos que se arriscam a tocar no assunto, apanham tanto dos eleitores nas redes sociais, que mudam o foco rapidinho e vão tratar de um tema mais popular. O fato é que quem tem feito esse trabalho incansável, de convencimento, são os oito deputados do Novo, mais Kim Kataguiri (DEM) e Paulo Eduardo Martins (PSC). Ou seja, os “globalistas” do Novo e os “traidores da pátria” do MBL.  

E antes parasse por aí. Alguns deputados do PSL, além de não ajudar, atrapalham, como o genial Charlles Evangelista, que achou por bem propor uma emenda criando aposentadoria especial para oficiais de Justiça (coincidentemente, sua categoria profissional). Ou o Coronel Tadeu, policial militar que faz lobby pela aposentadoria especial para… policiais militares!  

Corporativismos à parte, também abundam aqueles que preferem discutir bobagens ideológicas do que resolver problemas reais. Afinal… é mais fácil criar polêmica e fazer barulho com bobagens ideológicas do que com assunto sério. Na última quarta, por exemplo, atrapalharam uma votação importante, de uma MP que busca coibir fraudes previdenciárias, porque no texto havia a palavra “gênero”. A votação estava entrando na madrugada, para não perder o prazo, mas precisou parar por cerca de 40 minutos para o inócuo debate protagonizado pelos governistas (e que a oposição adorou e aproveitou também, claro!). Consequência prática disso no teor do texto: nada! Detalhe: a MP era do próprio presidente Jair Bolsonaro.

Esse é o resultado de parlamentares que foram eleitos não por suas ideias, projetos ou histórico de vida, mas simplesmente por aparecerem em seus santinhos ao lado do candidato a presidente idolatrado por muitos. Se tiver foto abraçado com Bolsonaro, vale até a pena abandonar o discurso da moral e dos bons costumes, e votar em ator pornô, que agora está lá, esbanjando erros gramaticais no Twitter, enquanto defende mais interferência estatal no setor aéreo.

Os parlamentares do PSL não foram eleitos por sua coerência de discurso. A maioria ali nunca abriu um livro de Economia. Em sua maioria, são apenas oportunistas que usaram a imagem do presidente eleito para conquistar votos. Como nos melhores tempos do Lulismo, onde uma foto sorridente ao lado do agora presidiário valia mais do que 100 projetos bem elaborados.

É triste pensar que remamos, remamos, e chegamos no mesmo lugar, em termos de maturidade política, mudando apenas os personagens. Não, não estou dizendo que Bolsonaro é igual a Lula. Podem guardar as pedras. Estou dizendo que, em pleno 2019, a população continua esperando que um salvador da pátria surja na política para resolver todos os seus problemas. Continuamos idolatrando políticos e votando em quem eles mandam, sem analisar se a pessoa é minimamente capaz de fazer um “o” com um copo. Votar no cara porque ele apoia Bolsonaro está no mesmo nível que votar no cara porque ele apoia Lula.  Ou ACM. Ou___ (insira aqui seu populista preferido).

É preciso dizer com todas as letras que, salvo raras exceções, os parlamentares eleitos pelo PSL são péssimos. Mas sempre vai ter gente dizendo que é implicância minha, ou que é “recalque”. A esses, deixo as palavras do próprio mito, em recente entrevista à Veja: “É um partido que foi criado, na verdade, em março do ano passado, num trabalho hercúleo no Brasil. Então nós fomos pegando qualquer um: ‘Quebra o galho, vem você, cara, vamos embora. E tem muita gente que entrou e acabou se elegendo com a estratégia que eu adotei na internet. Eu falava: ‘Clica aqui. Vote em um desses colegas nossos’. Teve muita gente que falou para mim: ‘Nossa, eu não esperava me eleger’. O pessoal chegou aqui completamente inexperiente, alguns achando que vou resolver o problema no peito e na raça. Não é assim”.

Pois é… seria muito bom que os eleitores se lembrassem de tudo isso nas próximas eleições, quando o populista da vez estiver pedindo votos para seus apadrinhados.  


Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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