Por que a aquisição de startups se tornou parte da estratégia das empresas? - Coluna

Por que a aquisição de startups se tornou parte da estratégia das empresas?

14.09.2021 08:54

Um grande movimento de aquisições de empresas vem aquecendo o mercado e a tendência é que continue, principalmente, em negócios ligados à tecnologia. Este ano, o volume de M&A, sigla em inglês para fusões e aquisições, já superou o ano de 2020. Conforme publicado pelo Valor Econômico, um levantamento realizado pela consultoria Dealogic revela que, no período de janeiro até 16 de agosto, essas operações movimentaram US$ 61,7 bilhões, enquanto no ano passado, no mesmo período, as transações somaram US$ 17,6 bilhões no país.

Uma empresa que vem realizando compras como estratégia para avançar em diversos setores é o Magazine Luiza. A gigante do varejo anunciou, em julho, a compra da KaBuM!, uma plataforma de e-commerce de games, por R$3,5 bilhões. Segundo a companhia, a nova empresa foi incorporada ao grupo com o objetivo de proprocionar uma experiência de compra mais completa, aliada a conteúdo e entretenimento, para o público gamer e fã de tecnologia. Outros negócios que também fazem parte das empresas da família Trajano e falam com esse mesmo público são o Jovem Nerd e o Canaltech.

A Sode, plataforma de entregas ultrarrápidas, foi outra operação de compra realizada pelo Magalu e comunicada em julho. A startup, que possui tecnologia especializada na gestão, roteirização e rastreamento de entregas realizadas por parceiros, donos de suas próprias motos, já prestava serviços para a empresa ao entregar pedidos em até uma hora a partir de lojas. A estratégia com a aquisição foi acelerar a expansão desse serviço para a maioria dos pontos físicos.

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Já a Nubank, no mês passado, anunciou a compra da Spin Pay, fintech de pagamentos instantâneos com suporte para compras via Pix no comércio eletrônico. A aquisição foi uma forma encontrada de disponibilizar soluções mais simples de pagamentos para lojistas e clientes. O valor da transação não foi revelado e a operação seguirá de forma independente.

Dentre as razões para essas movimentações podemos destacar a pandemia, que acelerou a digitalização das empresas. Muitas companhias perceberam a necessidade de implementar novos processos, por isso, ao adquirir um novo negócio, estão adquirindo soluções para seus problemas. Há também a questão do mercado consumidor com novos hábitos, decorrentes do distanciamento social, como o aumento de vendas no e-commerce com um prazo de entrega mais rápida. Um outro ponto a ser destacado é a oportunidade de entrar em novos mercados sem precisar iniciar uma ideia do zero.

Nesse contexto, as startups estão ganhando protagonismo, pois já vêm com expertise e mão de obra além de uma solução escalável, capacidade que uma empresa tem de crescer sem precisar aumentar os custos na mesma proporção. Por isso, é muito comum que, após a compra, a gestão permaneça de forma independente.

Dados divulgados no início desse mês mostram que o mercado deve permanecer aquecido. Realizado pela ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software), BR Angels Smart Network e Solstic Advisors, estudo revela que 50% das empresas brasileiras pretendem realizar operações de M&A nos próximos 12 meses. Dos empresários entrevistados, 86% afirmaram que o momento é positivo para fusões e aquisições. Dentre os que planejam fechar algum tipo de operação, 66% têm interesse no setor de tecnologia.

Mesmo em um cenário econômico de incertezas, os números vêm mostrando que a aquisição de negócios de base inovadora se tornou uma estratégia de sobrevivência e competitividade cada vez mais comum entre as companhias. E as oportunidades para as startups são cada vez mais promissoras.

Foto: Divulgação/Kabum

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