O papel histórico do Partido Comunista Chinês na crise do Coronavírus - Coluna Debate Aberto

O papel histórico do Partido Comunista Chinês na crise do Coronavírus

04.04.2020 07:43

VITOR NAGAI*

A epidemia global do novo coronavírus, causador do Covid-19, fechou o mundo e isolou pessoas, mas reabriu as portas para o debate a respeito do tráfico ilegal de animais silvestres e os chamados wet markets (“mercados molhados”).

Estudos científicos mais recentes indicam que tamanha epidemia teve início a partir de um morcego que entrou em contato com um pangolim – animal frequentemente encontrado nesse mercado de animais vivos em Wuhan, na China. Todavia, precisamos deixar as angústias da contemporaneidade e voltar no tempo para compreender o que aconteceu para chegarmos até aqui.

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Na década de 60, após o Partido Comunista subir ao poder, deu-se início a um dos maiores desastres causados pelo homem na história – os dados indicam que, na província de Henan, uma pessoa a cada oito morria de fome. Lembrando que o governo era responsável por manter uma política estatista de produção alimentícia para uma população de aproximadamente 900 milhões de pessoas.

Diante da drástica situação que o país enfrentava e aproveitando os ventos da reforma econômica, em 1978 a China implementou a Reforma Agrícola

Diante da drástica situação que o país enfrentava e aproveitando os ventos da reforma econômica, em 1978 a China implementou a Reforma Agrícola. Grandes empresas assumiram as maiores propriedades e passaram a produzir comidas típicas como porco e frango, ao passo que os pequenos produtores tiveram que se sustentar, como já faziam previamente às reformas, por meio da caça e criação de animais selvagens. Contudo, no intuito de reduzir a alarmante crise alimentícia, o governo passa a apoiar esse tipo de subsistência, que passou a ser cada vez mais comum.

Contudo, como é de costume em governos autoritários, o Partido Comunista, por meio do Artigo 3 da ‘Lei de Proteção do Animal Silvestre, determinou que todos os animais são posses do Estado. Além disso, por meio do Artigo 17, estimulou-se a criação de uma indústria controlada, obviamente, pelo governo.

Desse modo, por meio de incentivos governamentais, a indústria da criação de animais silvestres tornou-se um negócio avaliado em bilhões atualmente. No entanto, o governo chinês conscientemente deixou de verificar a condições sanitárias nas quais a criação e venda desses animais acontecia e deixou florescer o tráfico ilegal desses animais – contribuindo para tornar esses mercados um ponto de confluência de animais de todo o mundo com potencial para carregar diversos vírus.

À primeira vista, a indústria do consumo de animais silvestres aparenta ser economicamente vantajosa para a China. É preciso lembrar, no entanto, que apenas uma minoria poderosa consome com frequência esses tipos de animais e eles são responsáveis por sustentar esse mercado. Em 2003, com a crise do vírus SARS, a China anunciou a suspensão desses mercados molhados – poucos meses depois, tudo voltou ao normal.

Após esse breve panorama histórico, fica a perplexidade: não só colocando a grande maioria da população, o Partido Comunista Chinês protege e sustenta o mercado do consumo de animais silvestres, colocando todo o planeta em perigo. Portanto, segundo diz o artigo do renomado ‘The Washington Post’: não culpe a ‘China’ pelo coronavírus – culpe o Partido Comunista Chinês.

*Vitor Nagai é graduando em Engenharia Elétrica, Coordenador Estadual do Students For Liberty Brasil (Paraná) e fundou o Instituto Liberal Pé Vermelho em sua cidade, Londrina.

Foto: reprodução/arquivo pessoal

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