Eleição?! Vai ter, sim! - Coluna Coluna da Mafê

Eleição?! Vai ter, sim!

08.04.2020 08:00

Apesar de liderar e ser o novo epicentro da pandemia de COVID-19, ao que tudo indica o processo eleitoral nos Estados Unidos vai muito bem, obrigado. Mesmo com o adiamento de primárias em determinados estados, a data da eleição geral presidencial em novembro permanece inalterada, para alegria de Biden.

Em entrevista ao programa “Today” na NBC, o ex-vice presidente e pré-candidato pelo Partido Democrata, Joe Biden, disse que: ” […] não podemos atrasar ou adiar uma eleição constitucionalmente exigida em novembro”. Biden defende e pede que os estados tracem alternativas para que as votações ocorram por e-mail ou votos eletrônicos através de aplicativos seguros, caso a situação da pandemia não mude até lá.

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Não obstante, nesta terça (07), a primária no estado de Wisconsin ocorreu conforme agendamento inicial do DNC (Democratic National Committee), depois da Suprema Corte do estado ter bloqueado ordem executiva, um dia antes do evento, do governador democrata Tony Evers para suspensão de eleição. Uma decisão no mínimo arriscada da Suprema Corte, colocando em risco a saúde de residentes preocupados em exercer seu direito a voto. Enquanto isso, a bancada do Partido Democrata no Congresso continua tentando aprovar um pacote federal extra, direcionado a disponibilizar tecnologia para votação por e-mail nos estados.

Dos US$ 2 trilhões já aprovados na semana passada, US$ 10 bilhões foram dedicados ao Serviço Postal dos EUA como um empréstimo – a dívida deles hoje junto ao Tesouro Americano é de US$ 11 bilhões – e mais US$ 400 milhões em subsídios para os estados, com objetivo de manter a segurança eleitoral em tempos de Coronavírus.

O mais engraçado nessa história toda é que Biden é contra adiar a data das eleições gerais, mesmo que através de emenda constitucional

O mais engraçado nessa história toda é que Biden é contra adiar a data das eleições gerais, mesmo que através de emenda constitucional, porém militou a favor do adiamento da Convenção Nacional do Partido Democrata de julho para agosto, bem como das primárias estaduais. Tal atitude pode ser explicada por conta do perfil de seu eleitorado pois, de acordo com a última pesquisa do Morning Consulting (07/abril), 77% dos Democratas da geração “Boomer” (55-73 anos) tem intenção de votar em Joe Biden. Este é o maior grupo de risco em caso de contaminação pelo COVID-19, sendo portanto uma fatia que não compareceria às urnas por prevenção através de isolamento social. Já o eleitorado de Sanders foi apresentado como 59% composto por “Millennials” (23-38 anos), em teoria um grupo que poderia comparecer fisicamente às urnas, mantendo as medidas de segurança adequadas.

A verdade é que em meio a um caos de saúde mundial, com mais de 400 mil americanos infectados e aproximadamente 13 mil mortes até a data de hoje, a grande preocupação de Sanders e Biden consiste em alavancar seu capital eleitoral para novembro, principalmente. Os ataques políticos de ambos ao presidente Donald Trump são constantes, havendo a audácia de apresentar propostas referentes a pacotes emergenciais de auxílio que não sejam viáveis dentro do orçamento federal do país, podendo causar uma bolha inflacionária e problemas econômicos maiores no longo prazo, além de planos para questões climáticas com punição agressiva a diversas fábricas americanas, o que causaria impacto ainda mais negativo na produção e consequentemente na taxa de emprego do país no cenário pós-pandemia.

A questão geral é séria e complexa, mas como você pode ver, não é só no Brasil que campanhas eleitorais vêm antes da saúde e da lógica econômica. Hoppe já tinha tentado nos alertar.

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Nota: Logo após a produção do texto pela colunista e antes de sua publicação, o senador Bernie Sanders abandonou a corrida eleitoral. Oficialmente a disputa presidencial nas eleições gerais em Novembro será entre Donald Trump e Joe Biden.

Fotos: reprodução/pesquisa do Morning Consulting

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