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O jeitinho oficial de tirar mais do bolso do brasileiro

Imposto brasileiro

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Por Antônio Vale*

O Impostômetro já passou dos R$ 3 trilhões e 10 bilhões. Três trilhões! É tanto zero que parece ficção. O brasileiro paga, e paga calado. Paga o pão, o remédio, o carro, o sonho e paga com o que tem de mais valioso: o tempo, a própria vida. E, como se não bastasse, o governo aparece com mais uma invenção: a MP 1303.

É o velho truque de sempre: o jeitinho oficial de tirar mais um pouco de quem já deu muito. A MP 1303 quer taxar ativos virtuais, crédito, fintech, investimento …. É o Estado dizendo, com ares de inocência: “Você ainda tem algo? Pois me dê. Por aqui, estamos no país onde o Estado nunca faz dieta. Vive obeso, pesado, lento, e quem paga a academia somos nós. Enquanto o governo se delicia com novos tributos, o povo emagrece na marra.

E ninguém pergunta o que deveria ser óbvio: por que não cortar gastos? Por que não começar o sacrifício dentro de casa, no topo, onde a conta nunca chega? A resposta é simples e dolorida: porque é mais fácil apertar o povo do que encarar os próprios privilégios. O Estado brasileiro tem horror à dieta, vive gordo de excessos e magro de resultados.

Enquanto isso, o brasileiro segue na fila, resignado, pagando por um país que parece nunca lhe pertencer. Trabalha metade do ano para o governo e a outra metade para sobreviver. É como se a nação inteira vivesse num eterno favor ao Estado.
É como se cada nova taxa fosse um remendo pra um problema que não se quer resolver. O dinheiro nunca é suficiente porque o buraco não está na arrecadação, está no gasto. Está na máquina pública inchada, nas mordomias, nas estruturas que se multiplicam como pragas. Mas é mais fácil tirar do povo do que mexer nos próprios privilégios.

E o pior é que nos acostumamos. A cada trilhões que o Impostômetro marca, olhamos o número crescer com a mesma naturalidade com que olhamos o trânsito na segunda-feira. Pagamos, reclamamos, e seguimos. É como se o brasileiro tivesse aprendido a conviver com o absurdo.

O custo Brasil é isso: imposto demais, retorno de menos. É o preço da paciência de um povo que trabalha muito, mas vive com pouco. Cada nova MP que promete “corrigir o sistema” acaba tornando o sistema mais caro, mais burocrático, mais distante da vida real.

É preciso romper com essa lógica perversa. Imposto não é solução, é sintoma. Sintoma de um Estado que não sabe gerir o que tem, que gasta mal e ainda culpa o cidadão por não contribuir o bastante.

Chegamos a um ponto em que o brasileiro sustenta um país inteiro, mas o país parece não sustentar o brasileiro. E a pergunta que não quer calar é simples e urgente: até quando?

Até quando seremos essa espécie rara: o contribuinte que apanha e ainda agradece? Que paga a conta, leva o tapa e pede desculpas pelo incômodo? Que esse seja o dia em que o Brasil finalmente diga basta, começando por enterrar a famigerada MP 1303.

*Antônio Vale é analista de Mercado Financeiro da Frente Parlamentar Mista pelo Livre Mercado

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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