Entre cafés compartilhados, pitches improvisados e debates intensos, mulheres de todas as regiões do país se reuniram para escrever mais um capítulo da história do LOLA Brasil – Ladies of Liberty Alliance. O Retiro Nacional de Lideranças 2025, que aconteceu na primeira semana de setembro, não foi apenas um encontro: foi um mergulho coletivo na independência, no autoconhecimento e na força de uma rede que hoje já conta com mais de 1.200 associadas.
O tema não poderia ser mais simbólico: a Independência do Brasil. Bandeiras mineiras e frases irreverentes como “Libertas quae sera tamen” e “Don’t tread on my pãozin de queijo” acompanharam as participantes por cada sala, lembrando que o futuro da liberdade no país também passa pelo protagonismo feminino.
Logo na abertura, a vereadora Marcela Trópia (NOVO-MG) deu o tom da conversa ao compartilhar bastidores de sua trajetória política: “A verdadeira liderança não é sobre títulos ou cargos. É sobre inspirar, ouvir e construir juntos. Quando mulheres assumem esse papel, elas mostram que é possível transformar a política e a sociedade com coragem e autenticidade”, disse, arrancando aplausos calorosos.
Histórias que se entrelaçam
De Natal, vieram a doutora em Direito Izabela Patriota e a advogada Lorrane Andriani. Izabela, que hoje atua como diretora de desenvolvimento e arrecadação de recursos para o LOLA Internacional e mora nos Estados Unidos, falou com a autoridade de quem trilhou uma longa caminhada: “Estou muito orgulhosa de estar no primeiro retiro de lideranças do LOLA com todas as regiões brasileiras representadas. É fruto de trabalho de anos e o intuito é chegar mais ainda ao interior. O papel do LOLA é tornar as mulheres independentes e liberais clássicas. Vir e representar o LOLA pelo Rio Grande do Norte me faz sentir continuar o legado de Nísia Floresta.”

Lorrane reforçou a importância de levar os aprendizados para a base: “O retiro do LOLA é uma oportunidade de ouvir grandes palestrantes, de aprender com mulheres do Brasil inteiro e trazer essa bagagem pra Natal, melhorar os eventos e atingir empreendedoras e mais mulheres pra nossa comunidade. Inclusive, teremos um evento beneficente para o Dia das Crianças e o LOLA convida todas as potiguares para participarem.”
De Goiás, a líder do núcleo goiano também compartilhou sua visão: “Este ano foi o meu terceiro retiro de líderes representando a minha cidade, sendo Goiânia – GO. O LOLA, nos meus dois anos de liderança, foi extremamente importante para o meu crescimento pessoal e profissional. Conheci várias pessoas de diversos lugares e consegui construir conexões com cada uma delas. O LOLA é mais do que falar sobre política, é um espaço de acolhimento e de autoconhecimento. Dessa forma, ter o retiro anual nos fortalece como líderes e como seres humanos também.”

De Itapetininga (SP), o destaque foi a jovem internacionalista Geisiele Carvalho, que venceu o Elevator Pitch Contest com um discurso histórico sobre a independência, conquistando um troféu, uma Alexa e um megafone para ativistas. “Estou muito feliz, principalmente por ter tido a oportunidade de usar conhecimentos que adquiri na graduação. O ponto de partida foi um embasamento histórico, mesmo sendo uma situação fictícia, então tinha muita responsabilidade. Ao mesmo tempo tentei pensar como alguém que teve História na grade do curso e fiquei feliz com o resultado, porque, dado o curto tempo, consegui desenvolver a ideia de que a importância de lutar pela liberdade existe em qualquer contexto, fictício ou não”, disse Geisiele, emocionada.

Reconhecimento e amadurecimento
O evento também foi palco de decisões institucionais. Durante a Assembleia Geral, foi aprovado o novo estatuto da organização, estabelecendo mandatos anuais para líderes de núcleos locais e de dois anos para a presidência, consolidando um modelo de governança mais estável e transparente.
E se o estatuto reforçou a estrutura, os prêmios celebraram as pessoas. O mais aguardado da noite foi o de Líder do Ano, entregue à jornalista e ativista Sara Ganime, responsável pelo núcleo do Rio de Janeiro. Ao longo de 2025, ela organizou 18 eventos – 11 presenciais e 7 virtuais –, tornando o LOLA Rio um dos núcleos mais ativos do país. “Esse prêmio é o reconhecimento de todo o trabalho que venho fazendo à frente do Rio. Ele me dá um gás muito grande para lutar pela liberdade, porque o LOLA é uma organização que capacita e desenvolve mulheres. E, querendo fazer isso por outras mulheres, eu fiz isso por mim também”, afirmou Sara, emocionada.

O futuro em rede
Para a presidente do LOLA Brasil, Letícia Barros, o retiro é o ponto alto do calendário: “O Retiro de Lideranças é o evento mais esperado do ano no LOLA. É o momento no qual reunimos nossas principais líderes para trocar experiências, treiná-las e passar tempo juntas. É um evento intimista que foca em cada uma individualmente e busca ser um espaço não só de treinamento, mas também de fortalecimento de laços e acolhimento. Estou muito feliz de estar liderando o Retiro esse ano e de tudo o que estamos construindo e plantando com cada líder representando as cinco regiões do Brasil.”
Já a presidente global da rede, Nena Whitfield, destacou o pioneirismo brasileiro: “A LOLA Brasil é, até agora, o único capítulo que mostrou de forma tão clara o quanto leva a sério a independência e a sustentabilidade da organização. Desde o início, vocês têm trabalhado para construir uma estrutura sólida — organizando-se legalmente, buscando reconhecimento dentro do governo, procurando fundos doados de forma autônoma e sempre tentando melhorar. Isso é um exemplo para todas as outras regiões.”
Ao fim do encontro, entre despedidas e abraços, ficou a certeza de que cada cidade levou consigo mais do que lembranças. Levou novas estratégias, contatos e a convicção de que a luta pela liberdade no Brasil passa pelo fortalecimento de mulheres líderes em todas as regiões.
De Goiânia a Natal, de Itapetininga ao Rio de Janeiro, o LOLA Brasil mostrou que sabe unir diversidade, história e propósito. Em Belo Horizonte, em pleno setembro da Independência, elas provaram que a liberdade também se escreve no feminino.