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Democracia não se mantém sozinha: a importância da vigilância cidadã

Democracia e eleitoral

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Por Geisiele Carvalho*

Aprendi cedo, ainda na escola, que a democracia é um sistema que se sustenta na participação dos cidadãos. Mas foi durante a graduação em Relações Internacionais na USP e, principalmente, ao atuar como observadora eleitoral nas eleições de 2022, que compreendi a dimensão real dessa responsabilidade. Estar presente no processo democrático, acompanhando cada etapa de perto, revelou para mim que a democracia brasileira, com seu sistema ágil e seguro de votação, é motivo de orgulho, mas também exige constante vigilância.

A democracia brasileira, nosso sistema de votação e de governo, se destacam no mundo. Recebemos os resultados das eleições no mesmo dia, graças à praticidade e segurança das urnas eletrônicas. Mas, por trás do trabalho de uma observadora eleitoral, existe zelo, dedicação, transparência e muito comprometimento com o cidadão brasileiro, esse todo que forma o que chamamos de democracia.

Na primeira vez que atuei como observadora eleitoral, nas eleições presidenciais de 2022, após meses de treinamento, me lembro da empolgação ao ver a zerésima (documento físico emitido pelos mesários ao iniciar uma urna eletrônica, que mostra o número de eleitores esperados para aquela seção e o número de votos, que, antes do início oficial da abertura da mesa de votação, é zerado).

Ao longo do dia, no primeiro e no segundo turno, percorri vários pontos de votação em São Paulo para analisar as salas, a acessibilidade dos prédios, se a zerésima estava impressa de modo visível para os eleitores, até o momento final, quando o sinal tocava e os mesários fechavam as urnas. Nessa etapa, outro documento é impresso: com o número de votantes registrados, de comparecidos, de ausentes e quanto cada candidato recebeu de votos, bem como os nulos.

Na sequência, os mesários retiram a mídia gerada pela urna, lacram o equipamento com todo cuidado e enviam ao cartório eleitoral correspondente. Em cidades grandes como São Paulo, existem vários cartórios que recebem as mídias de suas zonas. Então, dos cartórios os dados são encaminhados ao Tribunal Regional Eleitoral, onde observadores e jornalistas têm amplo acesso para acompanhar, em tempo real, a contagem de votos.

Atuar como observadora eleitoral reforçou em mim a certeza de que a democracia não é apenas um direito conquistado, mas um dever que precisa ser cuidado diariamente. É no zelo com as instituições e na participação ativa dos cidadãos que garantimos não apenas o funcionamento do Estado democrático, mas também a proteção das nossas liberdades individuais e direitos humanos.

*Geisiele Carvalho é Internacionalista formada pela USP, líder do LOLA Itapetininga e Observadora Eleitoral

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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