fbpx

Trump negocia tarifa de 15% à União Europeia e garante investimentos bilionários nos EUA

O acordo não apenas evita uma escalada de retaliações comerciais, mas também revela o estilo de Trump: pressionar até o limite e negociar de cima para baixo
EUA e União Europeia

Compartilhe

Num movimento que mistura pragmatismo econômico e estratégia geopolítica, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, no mês passado, um acordo com a União Europeia que estabelece uma tarifa de 15% sobre todas as exportações europeias para o mercado americano. Em contrapartida, o bloco se comprometeu a realizar compras maciças de energia e equipamentos militares norte-americanos, além de investir US$ 600 bilhões em território americano.

O anúncio foi feito após reunião em Washington com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O pacto, considerado um divisor de águas nas relações entre as duas potências, busca “rebalancear” o comércio, segundo a dirigente europeia, que reconheceu o superávit estrutural da União Europeia frente aos EUA.

Leia também:  EUA declaram Alexandre de Moraes “tóxico” para negócios e ampliam tensão com o Brasil

Da ameaça de guerra comercial ao acordo bilionário

Até a véspera, a possibilidade de ruptura era real. Trump havia reiterado que não adiaria a entrada em vigor das tarifas em 1º de agosto e chegou a ameaçar elevar as taxas para 30% caso Bruxelas não aceitasse abrir mais espaço para produtos americanos.

“Eles vendem milhões de automóveis para os Estados Unidos. Nós não vendemos carros ou produtos agrícolas para a Europa”, criticou o presidente americano, numa de suas declarações mais duras.

A União Europeia, por sua vez, preparava um pacote de retaliações contra produtos emblemáticos dos EUA, incluindo carne bovina, cerveja, peças automotivas e até aviões da Boeing.

O temor maior em Bruxelas era a posição de Washington sobre os produtos farmacêuticos, principal item europeu na pauta exportadora para os Estados Unidos. Trump, entretanto, deixou claro que esse setor é “muito especial” e não deveria ser tratado de forma diferenciada.

Leia também:  De volta ao normal? O avanço da onda anti-woke na cultura e nos negócios

Uma estratégia de guerra econômica

O acordo não apenas evita uma escalada de retaliações comerciais, mas também revela o estilo de Trump: pressionar até o limite e negociar de cima para baixo. Ao obrigar a União Europeia a investir centenas de bilhões de dólares em território americano e a se comprometer com compras estratégicas, o republicano segue a cartilha de um “capitalismo de guerra”: protecionismo agressivo, segurança nacional como justificativa e expansão da influência americana via dependência energética e militar.

A vitória de Trump mostra que, diferentemente da retórica globalista de Bruxelas, a lógica do interesse nacional voltou a ditar as regras do comércio internacional. Para os liberais, é o retrato de como governos fortes distorcem mercados em nome de agendas políticas, e de como a retórica da “cooperação multilateral” cede espaço ao realismo econômico.

Leia também:  Lula anuncia pacote de R$ 30 bilhões para exportadores após tarifa de 50% dos EUA

Assine o Boletim da Liberdade e tenha acesso, entre outros, às edições semanais da coluna panorama

plugins premium WordPress
Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?