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Em 2026, só a camisa da Seleção será vermelha, ou as contas públicas também?

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Por João Pedro Martins*

Enquanto as redes sociais se inflamam com debates sobre a cor da camisa da seleção, uma eficaz cortina de fumaça se ergue para ocultar o verdadeiro escândalo: o rombo bilionário nas contas do INSS, fruto de má gestão, fraudes e descaso institucional. No fim das contas, o que tende a ficar vermelho não é só o uniforme, são as finanças públicas do Brasil, comprometidas por um governo que parece mais preocupado com símbolos do que com soluções. 

Na última semana, veio à tona mais um escândalo no atual governo Lula: o roubo de bilhões no INSS. A Previdência brasileira opera como um verdadeiro esquema de pirâmide que depende da contribuição dos trabalhadores ativos para pagar quem já se aposentou. 

O problema é que a taxa de natalidade está em queda e a informalidade só cresce, ou seja, cada vez menos gente sustenta um sistema cada vez mais pesado. Se nada mudar, o colapso é questão de tempo. Mesmo assim, é revoltante ver o total descaso com quem passou anos sendo descontado coercitivamente na folha de pagamento para manter esse sistema funcionando, e agora descobre que foi roubado por quem deveria, no mínimo, cuidar do dinheiro confiscado da população. 

Os aposentados somam 25 milhões de brasileiros, um pouco mais de 10% da população brasileira. Conforme os dados disponíveis no site do INSS: Entre todos os benefícios de até um salário-mínimo, a aposentadoria por idade é a modalidade que possui o maior índice de recebimentos ativos, concentrando 11 milhões de aposentados. São esquecidos, pois já não representam uma força de trabalho ativa e, por isso, acabam sem voz ou representação. Afinal, será que só a camiseta da seleção vai ficar vermelha em 2026 ou a conta do governo também? 

No entanto, durante o governo Bolsonaro foi realizada uma minirreforma previdenciária, mas o texto original foi desidratado e, o que era para ser uma economia de 01 trilhão em 10 anos, passou para 800 bilhões. E, para 2025, o governo Lula planeja mudanças nas aposentadorias dos militares. Governos de Esquerda, Centro e Direita, ao longo dos 100 anos de previdência social no Brasil, , a reformaram de algum jeito, sempre com a mesma premissa “Vai doer, mas será a última vez”. Todos eles falharam miseravelmente. 

Um estudo realizado pelo Banco Mundial projeta que, em 2060, a idade mínima para se aposentar será de 78 anos, sendo que a expectativa de vida do brasileiro hoje é de apenas 76 anos. Dessa forma, as pessoas não viverão o suficiente para usufruírem o benefício do INSS. O fato é que esse modelo de previdência social está fadado ao fracasso, já que sempre será insustentável.

Governos populistas costumam se eleger prometendo uma ampla gama de direitos sociais, mas na prática são marcados pela irresponsabilidade fiscal, comprometendo o futuro do país. Prova disso é que, em 2027, o Brasil enfrentará um verdadeiro apagão orçamentário: não haverá recursos suficientes nem para manter serviços básicos como saúde, educação e segurança. 

Os aposentados, mais uma vez, pagarão a conta com uma nova reforma, enquanto a arrecadação segue batendo recordes — foram mais de R$3,5 trilhões em 2024 e a previsão para 2025 é de quase R$ 4 trilhões. A pergunta que não quer calar é: para onde está indo todo esse dinheiro? A julgar pelos escândalos recorrentes, a história tende a se repetir — talvez tenha virado um sítio em São Paulo ou esteja escondido na cueca de algum deputado.

Assim, a verdadeira cor que preocupa não é a do uniforme da seleção brasileira, mas sim o vermelho que tende a tingir o balanço fiscal do país. Até quando a sociedade brasileira vai permitir que símbolos os distraiam da verdadeira raiz do problema da economia?

*João Pedro Martins é diretor de Eventos do Instituto Atlantos

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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