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Editorial: A imprensa que serve ao poder deixa de servir à liberdade

Neste 3 de maio, o Boletim da Liberdade reafirma o seu propósito: não servir ao poder

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Hoje é o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Uma data que, em tempos de silêncio conivente, precisa ser menos comemorada e mais encarada com seriedade.

A imprensa brasileira não foi, em sua história, exatamente sinônimo de liberdade. Já viveu sob censura explícita, perseguições físicas e até editoriais assinados por ditadores. Mas talvez o momento mais perigoso da imprensa não seja aquele em que ela é calada. É quando ela mesma decide calar.

O jornalista e autor Mark Levin, no livro Unfreedom of the Press, denuncia com riqueza de dados um fenômeno que não é exclusividade dos Estados Unidos: o da imprensa que abandona a função de fiscalizar e se torna extensão do poder que deveria questionar.

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Segundo Levin, veículos inteiros passaram a agir como militantes. Não apenas cobriam com simpatia determinados governos, mas integravam suas estruturas: jornalistas renomados trocando microfones por cargos públicos, manchetes por discursos oficiais. O caso mais emblemático foi a eleição de Barack Obama, quando dezenas de profissionais da grande imprensa americana passaram, de uma hora para outra, a compor o time de comunicação da Casa Branca.

No Brasil, o fenômeno tem nuances locais, mas a lógica é idêntica. Por aqui, o alinhamento não é apenas ideológico. É financeiro, jurídico e até emocional. Há jornalistas que abandonaram qualquer compromisso com a liberdade em nome de um suposto “bem maior”. Há veículos que relativizam censuras desde que elas atinjam os “inimigos certos”. E há, cada vez mais, uma imprensa que milita por mais controle, mais filtros e menos vozes.

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Como Levin pontua, a imprensa que se pretende livre precisa ter coragem de ser impopular, de perguntar o que ninguém mais pergunta e de incomodar o poder — mesmo quando o poder se apresenta como justo.

Neste 3 de maio, o Boletim da Liberdade reafirma o seu propósito: não servir ao poder. Não se calar diante da censura. E não fingir que a liberdade existe quando ela claramente está em risco.

Liberdade de imprensa não é um privilégio. É o pilar que sustenta todas as outras liberdades. Sem ela, a democracia é só um teatro bem financiado.

Boletim da Liberdade – Jornalismo independente. Por princípio, não por conveniência.

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