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A elite intelectual brasileira no silenciamento da liberdade

Elite intelectual

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Por Milena Pedroso*

É frustrante ver que a elite esquerdista se tornou o próprio Estado, defendendo apenas sua máquina burocrática e seus privilégios, calando quem os contraria. A voz silenciada, indignada com as atrocidades que acometem o país, vem da população que luta pela liberdade, pelo livre mercado e pelos valores que realmente importam para os brasileiros. A voz é dos cidadãos que trabalham, criam, geram valor e querem um futuro melhor, mas, quando criticam a máquina pública, são perseguidos, condenados e banidos.

Nos últimos anos, a perseguição às redes sociais promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) deturpou e moralizou conceitos como democracia, verdade, ciência e liberdade de expressão. Sem qualquer amparo legal, os conceitos opostos à democracia (conduta antidemocrática), verdade (fake news), ciência (negacionismo) e liberdade de expressão (desinformação) tornaram-se úteis para condenar, banir e até mesmo prender os críticos às autoridades do país. Hoje o debate público é sustentado por dogmas vazios, mas extremamente convenientes para a manipulação política.

Desde que o STF suspendeu as atividades do X no Brasil, a decisão passou a ser chamada por boa parte das pessoas de censura. Todavia, professores, jornalistas e advogados estão dizendo que censura mesmo foi o que aconteceu no período da ditadura militar; portanto, não podemos nos referir dessa forma ao bloqueio imposto a 22 milhões de usuários com a suspensão do X. Isso mostra que, para um grupo específico de intelectuais brasileiros, a defesa de princípios constitucionais não interessa. Está em jogo a defesa de seus próprios interesses. Ou seja, para essas pessoas, censura é um conceito moral que se enquadra somente num período específico de seu passado ideológico. Então, deveríamos acreditar que não há problema em serem suspensas as atividades do Boletim da Liberdade, do Estadão, da Folha de S.Paulo ou do Correio do Povo? Um completo absurdo.

O fato é que a elite de esquerda se apropriou de conceitos como democracia, verdade, ciência, liberdade de expressão e censura, para colocar em prática seu projeto autoritário de poder, e é lastimável pessoas apoiarem a censura. Infelizmente, não é difícil perceber como chegamos a este caos. Como a censura das redes sociais atinge mais quem defende a liberdade de expressão, apoiar a censura é visto como instrumento político da esquerda. Portando, nada mais coerente do que ninguém mais sofrer censura, a menos que seja com o aval deles. Ninguém mais exercer liberdade, dizer a verdade ou ser democrático, senão sob a aprovação deles.

A elite intelectual esquerdista brasileira normaliza a censura porque acredita que somente a sua liberdade importa. Essa inversão de valores revela uma grande incoerência, pois aqueles que se dizem defensores de direitos acabam, na verdade, promovendo interesses particulares. No final, a coerência é o que separa quem defende valores universais de quem defende apenas seus próprios interesses.

*Milena Pedroso é associada do Instituto de Estudos Empresariais (IEE)

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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