Por Maria Clara Martins Rodrigues*
O semestre mal começou e já temos uma greve às portas. É isso mesmo! O governo Bolsonaro, “fascista” e “inimigo da educação”, não causou greve nenhuma na UnB, mas o governo “democrático” de Lula, sim. É com pesar que os professores anunciam que precisarão fazer greve, pois precisam de aumento, e o governo de Lula disse que não dará.
Com isso, era de se esperar que a simpatia dos professores em relação ao governo se abalasse, mas a realidade não interfere nas paixões políticas da esquerda. Defesas ao governo e ataques ao anterior seguem firmes. A ideologia comunista é uma paixão, e paixão se instala mais no coração do que na cabeça. Por isso, a razão não abala suas narrativas. Então, mesmo chateados com a greve e as condições que implicam isso, os professores continuam a defender o governo como “amigo da educação nacional”.
Aumento salarial não é o único motivo da greve, o que complica ainda mais a narrativa de que esse é um governo que promove a educação de qualidade e valoriza os professores. “Não fizemos greve em anos de governo de direita fascista, e vamos fazer contra Lula” lamentou um professor. Avisamos que fazer o “L” traria muitos malefícios nacionais.
Estamos vendo agora sentirem na pele que o governo Lula não é o patrocinador e defensor da educação como diziam; e que a inflação, consequência do governo atual, é o que exige o reajuste salarial dos professores. Os próprios petistas afirmam que Lula não revogou medidas que o governo Bolsonaro tomou em relação à educação. Isso significa que Lula não é tão socialista quanto esperam? Ou o socialismo é justamente essa farsa que promete o que não cumpre?
Fico com a segunda resposta, que está estampada sobre a realidade.
O amor venceu! Temos uma pátria educadora que irá prejudicar os estudantes das universidades federais, provavelmente mantendo-os mais tempo em seus cursos, adiando suas formações, atrapalhando seus trabalhos e etc.
Um vexame ver os que gritaram que tiraram o mal do país, lutando agora contra aquele que chamam de “pai”. A verdade de governos de esquerda é essa: nem mesmo os esquerdistas ficam satisfeitos.
*Maria Clara Martins Rodrigues tem 19 anos, é cristã protestante e estudante de filosofia da Universidade de Brasília