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Guerra: um desperdício de energia humana 

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Por Stephanie Gabrielle Teixeira Gonçalves*

Rose Wilder Lane, uma notável escritora e pensadora, se dedicou profundamente a explorar conceitos como energia humana, autocontrole, autoridade, guerra e liberdade. 

Ela pontua que cada indivíduo possui uma energia, e só ele é passível de controlá-la, sendo responsável pelo uso que dará a ela, já que possui uma quantidade limitada de energia disponível. Afinal, nada mais é do que gerenciar bem os recursos para atingir um bom aproveitamento e buscar os objetivos que traçou para si.  

Logo, essa energia deveria ser direcionada para satisfazer as necessidades humanas básicas, através de inovações que facilitariam a vida cotidiana, utilizando-se da colaboração voluntária com os demais.  

Por esse motivo que a guerra seria como um ato de autodestruição que ameaça a vida individual e a própria sobrevivência da humanidade. Ela figura como um dos mais sombrios capítulos na história, deixando vestígios de sangue através dos séculos e, de tempos em tempos, assistimos notícias sobre guerras que parecem eternas, um clichê pautado em um ciclo sem fim.  

A princípio, a guerra é uma manifestação clara da crença em uma autoridade, esta representada pelo poder do Estado sobre os indivíduos. Ou seja, é acreditar fielmente que uma autoridade pode e deve controlar as ações humanas e como a energia produtiva deve ser aplicada.  

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Ademais, é apoiar que a função dessas autoridades seria cuidar de todos os aspectos da vida dos cidadãos, além da responsabilidade em fornecer desde necessidades básicas até questões mais complexas, como ditar crenças religiosas. 

Essa visão equivocada da autoridade, compartilhada por reis, imperadores e aristocratas, tem sido uma fonte constante de conflitos. Até porque existe uma massa que segue cegamente o que determinado líder está dizendo no momento, sem questionamentos. Inclusive, a alienação chega a tal ponto que passam a acreditar que é uma vontade inerente de si mesmo seguir tais ordens.  

Situação esta que gera a necessidade de diferentes grupos e nações em impor seu controle sobre outros, sem considerar valiosa a vida humana, a energia produtiva desperdiçada e os inúmeros destroços deixados pelo caminho. Estão dispostos a devastar comunidades inteiras em nome de uma imaginação sobre um controle que vai além de si mesmo.  

Fora essa crença, a guerra nega os próprios valores morais e espirituais da vida, bases essas que não deveriam se pautar em conceitos como nação, raça ou Estado. A guerra é o resultado da ignorância do indivíduo sobre sua própria natureza e a tentativa de transferir sua responsabilidade para o coletivo e para as entidades que promovem o conflito em vez da colaboração. 

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Neste interim, como falar sobre base de valores e preservação da vida humana quando se está cercado de defensores da relativização desses princípios e da verdade? Torna-se difícil explicar que a guerra é ruim por destruir valores morais e a vida humana quando têm-se uma sociedade que não preserva esses princípios.  

O pós-modernismo, que exerce influência sobre o pensamento progressista, sustenta que a verdade é uma construção social e cultural, apenas diferentes narrativas que refletem interesses de poder. E, ao negar a verdade e a natureza humana, os progressistas se opõe ao indivíduo, tornando-o apenas massa de manobra para seus objetivos coletivistas.  

Os “progressistas éticos” não se importam efetivamente com você, sua vizinha ou seu cachorro. Qualquer indivíduo só assume significado quando se torna engrenagem para o avanço de alguma bandeira social doentia, sem o que se torna imediatamente dispensável – e até sacrificável. Se, ao contrário, desde o começo, esse indivíduo representar hipotética ameaça ou um alvo conveniente da retórica destrutiva desses grupos, passa a carecer de qualquer respeitabilidade ou dignidade pessoal. 1

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Característica também do totalitarismo, que busca a supressão de toda a expressão autônoma dos seres humanos.  

O totalitarismo que se preza deve chegar ao ponto em que tem de acabar com a existência autônoma de qualquer atividade que seja, mesmo que se trate de xadrez.2 

Logo, a essência de demonstrar o quão maléfico é a guerra, parte da raiz de evidenciar o quão benéfico é um indivíduo livre aplicando sua energia humana produtiva, colaborando voluntariamente e se responsabilizando sobre suas decisões. Para isso, é necessário compreender o certo e o errado a partir de uma perspectiva racional, alegação esta considerada absurda para os jovens que lutam com peitos de fora e acreditam que são necessárias inúmeras siglas e revoluções para defenderem quem são.  

Tendo a acreditar que o ser humano é mais do que massacres, que nossa capacidade é algo admirável. Só é necessário entendermos que ter valores pautados no respeito ao indivíduo é algo primordial para minimamente integrar uma sociedade, a questão é: o quão longe estamos disso? 

*Stephanie Gabrielle Teixeira Gonçalves – Diretora Executiva do Damas de Ferro

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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