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A intolerância dos tolerantes: a política de nós contra eles

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A universidade é completamente esquerdista. Raramente um professor defende algo de direita, mas quando o faz é demonizado.
Uma vez um colega ficou incomodado porque um professor elogiou um autor de direita.

Esses dias outro colega estava avaliando a aula de um professor nosso, e fez uma cara de desaprovação enquanto comentava que “ele é padre né?!”, e eu disse: “é, não dá para separar um homem de suas convicções. Não é só ele que traz suas crenças para a sala, os outros também”.

Eles são intolerantes a qualquer coisa que esteja contra o que eles pensam. Um professor cristão, de direita, conservador… é intragável para eles! Mas os discípulos de Marx e companhia são iluminados, virtuosos e moralmente superiores. Eles não se incomodam com toda a imparcialidade e em como praticamente todos os professores são entusiastas do comunismo, falam disso abertamente, rasgam elogios para a própria ideologia e criticam ferozmente as demais.

Eles não ouvem alguma defesa da fé cristã ou política de direita sem reagirem como se estivéssemos dizendo algo tenebroso que nenhum ser humano com coração e moral diria. O Lula aperta a mão de ditadores como Maduro, eles celebram Che Guevara (que matou gays em campos de concentração, diga-se de passagem), e nós é que somos os perigosos desumanos!

Minha professora disse: “em 8 de janeiro haviam alienados achando que estamos à beira de uma revolução comunista… seria tão bom!” E todos riram e aplaudiram. É com esse tipo de hipocrisia que lidamos na melhor faculdade de Brasília, no maior centro de desenvolvimento intelectual do berço da política nacional.

Eu não acho que um professor deva ser imparcial. Como eu disse, não dá para separar uma pessoa de suas convicções. E mesmo discordando dos meus professores, eu não gostaria que eles não tivessem o direito de falar o que pensam. Se eu for professora, não serei imparcial, não abandonarei a fé fora da sala, não deixarei minhas convicções de lado. Não existe neutralidade nas pessoas. Aquilo que pensamos ser bom, defendemos e propagamos. O problema não são os docentes falarem o que acreditam, mas a esquerda faz algo muito asqueroso que é demonizar e censurar quem pensa diferente. Eles se acham tolerantes, mas reagem de forma quase violenta diante dos seus adversários políticos.

Eles odeiam o que pensamos e se puderem nos calar, calarão. Não devemos calá-los, nem devemos nos calar. Nessa guerra de palavras a verdade triunfará. Talvez o Brasil estará totalmente tomado pelo pensamento esquerdista se em alguns anos o corpo docente não estiver equilibrado entre professores esquerdistas e de direita, que tenham igualmente o direito de defenderem suas ideias.

Temos que ter cuidado para não deixar que haja em nosso coração a ideia de que existe um grupo inimigo, que não é bom como somos. Essa política do “nós contra eles” é coisa de fascismo. Nossos adversários políticos não são inimigos, não queremos exterminá-los nem censurá-los. Isso é um alerta tanto para a esquerda, quanto para a direita brasileira.

Eu discordei da minha professora na prova e ela colocou que meu comentário foi “obscuro e equivocado”. Segundo o Google, “obscurantismo” significa: “estado de quem se encontra na escuridão, de quem vive na ignorância. É a nível social, político e cultural o sistema que nega a instrução e o conhecimento às pessoas com a consequente ausência de progresso intelectual ou material”. É isso que eles pensam de quem não concorda com eles, que estamos na escuridão, somos das trevas, do mal. Um cristão pode pensar o mesmo de seus adversários ideológicos, mas pelo menos nosso Senhor nos alerta que nossa luta não é contra carne nem sangue, mas espiritual.

Demonizar o adversário é um jeito de criar na população um ressentimento tão grande a ponto de, se um dia surgir uma minoria que queira exterminá-los, a maioria será conivente, assim como aconteceu na Alemanha nazista.

Semana passada, apresentando um seminário sobre fascismo, todos os meus colegas apontaram que o Bolsonaro foi um, como Hitler, Stalin, Mussolini e etc. E que portanto, todos os seus eleitores foram coniventes e apoiadores, igualmente fascistas, totalitários e desumanos.

Primeiro que o Bolsonaro não foi um fascista. Ele não acabou com os rivais, não tomou bens, não tirou liberdades, não censurou seus opositores, não exterminou ninguém que ousou chamá-lo de genocida, não acabou com a mídia que o massacrava, não impediu manifestações, e o principal: não fez de tudo para se manter no poder, como todo ditador faz. Se o Bolsonaro fosse metade do ditador que dizem que ele foi, ele estaria no comando hoje. Mas ele aceitou a derrota, mesmo questionando o processo eleitoral desde a época em que havia vencido. Seus eleitores, igualmente, mesmo tendo razões para acharem que foram vítimas de corrupção e injustiça no processo eleitoral, não fizeram revolução e nem impediram Lula de assumir.

Dizer que o Bolsonaro disse coisas que foram ruins e preocupantes é uma coisa. Achar que atitudes dele foram ruins, é igualmente razoável. Mas mesmo sendo opositor, é muita desonestidade, e ainda pior, de um mau gosto gigantesco com as pessoas que sofreram nas mãos dos ditadores que passaram pela história da humanidade, você dizer que ele foi um fascista. Você teria coragem de dizer perto de um judeu que o Bolsonaro foi como Hitler ou tem semelhanças? Chegar nesse nível de perversidade só para embasar seu ódio é inaceitável.

Eu tenho medo do governo atual, mas não faria essa comparação por enquanto, mesmo que o Lula esteja rasgando elogios e apertando a mão de ditadores como Maduro.

Ainda que o Lula deixe claro sua intimidade e simpatia com governos assim, e apesar de sua ideologia ser a mesma desses comunistas que dizimam gays, cristãos, negros, ricos, e etc, eu tenho o cuidado e a humanidade de perceber que quem apoia o atual governo, não necessariamente é um ser asqueroso e perverso. Talvez apoie por não saber dessas coisas. Talvez não veja dessa forma. Talvez seja grato por algo de bom que o Lula fez no passado. Talvez tenha uma implicância pessoal com o Bolsonaro que nada vai mudar.

Enfim, “N” motivos! Sei que sim, existem os perversos, mas também os doutrinados, os que não pensam com a razão, mas com suas paixões… E consigo ver nas pessoas mais do que suas ideologias. Consigo ver nelas o direito de serem, pensarem, dizerem e viverem uma vida justa e digna.

O que não concordo é com isso que a esquerda tem feito, de demonizar os adversários. De dizer que somos o que não somos. De implantar na população um medo do que nossa ideologia pode fazer com as minorias…

Isso é perigoso porque se algum dia alguém surgir com autoridade, dizendo de forma fervorosa e persuasiva que brancos, héteros, cristãos, bilionários, liberais, patriotas, antifeministas, devem morrer, porque são a causa de gays morrerem e pessoas pobres existirem, por exemplo, a população será conivente, já que o imaginário vai estar convencido de que realmente essas pessoas são a causa de todos os males da sociedade, e que sem elas no mundo, ou fazendo-as sofrer ao máximo, o mundo será mais belo, justo e bom.

Essa semana um homem foi preso em Brasília por pedofilia, e a direita começou a compartilhar o fato de que ele era eleitor do Lula, pois se fosse o contrário, a mídia teria feito questão de associar o crime ao fato do homem ser bolsonarista.

Essa politica do “nós contra eles” é uma coisa que a esquerda começou e nós não podemos aderir de forma alguma. Dessa vez foi só para mostrar o que eles fazem, mas tenhamos cuidado com esse tipo de atitude!

Espero que não precisemos viver mais um episódio terrível de regime totalitário na nossa história, que vai dizimar milhões e depois nos envergonhar para sempre. E para isso temos que ter inteligência para perceber traços de fascismo antes que ele se consolide, e honestidade de reconhecer isso se ele vier da nossa ideologia no poder.

Ainda não tive a sorte de ver um esquerdista no país criticar, por exemplo, as censuras que seus adversários estão sofrendo. Essa intolerância deles em lidar com opiniões, e criminalizá-las numa tentativa de nunca mais ouvi-las, só demonstra o quanto seu sistema é construído sobre narrativas falsas, que a mais simples das verdades pode destruir e fazer toda a credibilidade lógica deles desabar.

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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