Durante discurso de abertura do 26º encontro do Foro de São Paulo nesta quinta-feira (29), o presidente Lula (PT) afirmou sentir orgulho quando é chamado de comunista pela direita e elogiou ditadores.
No encontro, Lula cobrou união dos partidos de esquerda da América Latina e reclamou de disputas internas em movimentos aliados.
“Nós não temos tempo para ficar brigando por coisas menores. […] É muito melhor ter um companheiro da gente cometendo alguns equívocos para a gente poder criticar do que ter alguém de direita”, comentou Lula.
Lula aproveitou o evento para exaltar o ditador Fidel Castro, co-fundador do Foro de São Paulo. “É por isso que aprendi ao longo da minha vida a respeitar o companheiro Fidel Castro. Em toda relação que tive ele nunca deixou de fazer a crítica pessoalmente e não deixou de elogiar publicamente”.
O petista comentou sobre os embates entre esquerda e direita na América Latina. “A extrema direita nos trata como se fossemos terroristas. […] Ser chamados de comunistas, socialistas não nos ofende”, afirmou.
O Foro de São Paulo existe
O Foro de São Paulo é uma organização, fundada por Lula e Fidel Castro em 1990, criada com o objetivo de unir partidos de esquerda da América Latina para discutir e definir projetos de poder.
Por muitos anos Lula e o PT tentaram esconder a existência do Foro de São Paulo, chamando opositores de conspiracionistas sempre que traziam o assunto à tona.
O encontro deste ano acontece em Brasília, entre os dias 29 de junho e 2 de julho, após três anos sem reuniões por conta da pandemia de covid-19.
Cerca de 124 partidos e movimentos socais integram a organização, entre eles o PT, PDT, PC do B, PCB e Cidadania; de países como Argentina, Venezuela, Nicarágua, Haiti, Cuba, entre outros.