*Caetano Roberti
Um Estado eficiente é aquele que consegue atender às necessidades da sociedade de maneira eficaz, utilizando os recursos disponíveis de forma racional e justa. Isso significa que o Estado deve ser capaz de garantir os serviços públicos que a sociedade entende como essenciais.
O Estado, assim como qualquer outro ator dentro da economia, tem receitas e despesas. Em outras palavras, precisa gastar dinheiro para conseguir prover produtos e serviços para a sociedade, como também precisa se financiar. Para isso, ele tem basicamente três alternativas: recolhimento de impostos, emissão de dívida ou emissão de moeda. Não importa a alternativa de financiamento escolhida, vivemos em um mundo de recursos finitos, e, para o Estado gastar hoje, a sociedade precisará pagar a conta amanhã (e com juros).
Quando olhamos para os problemas do Brasil, a solução proposta mais comum é jogar dinheiro em cima deles e esperar que sejam resolvidos, não importando se a solução é eficiente e se trará resultados. Governo entra, governo sai, e os gastos públicos e o Estado continuam crescendo indiscriminadamente em nome do bem comum. O problema é que a falta de responsabilidade fiscal acaba gerando necessidade de taxas de juros mais altas e um aumento da inflação que afeta principalmente a camada mais pobre da população.
Diante disso, precisamos parar de falar em aumentar o Estado e o gasto do governo e começar a falar em eficiência do gasto público. Isso significa diminuir o Estado para apenas o que é essencial e cobrar da gestão pública transparência e retorno sobre cada centavo de imposto pago, pois não existe dinheiro público, apenas dinheiro do pagador de imposto. No fim do dia, como diria Milton Friedman, não existe almoço grátis, e quem paga essa conta somos nós.
*Caetano Roberti é associado do IEE.
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