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‘Liberdade e democracia defende-se todos os dias’, alerta filha da ex-presidente boliviana presa Jeanine Áñez

Boletim da Liberdade entrevistou, com exclusividade, Carolina Áñez, filha da ex-presidente boliviana Jeanine Áñez, que governou o seu país após a renúncia de Evo Morales em 2019; depois da volta do Movimento ao Socialismo ao poder por vias democráticas, em 2020, Jeanine passou a sofrer o que sua filha entende como "perseguição judicial" e alerta brasileiros sobre "ambição perversa destas máfias que operam debaixo da bandeira do socialismo"
Carolina Áñez, filha da ex-presidente boliviana Jeanine Áñez, hoje presa (Foto: Divulgaçao)

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A conservadora Jeanine Áñez era presidente do Senado da Bolívia quando, em novembro de 2019, ocorreu a renúncia de Evo Morales. Tendo assumido a presidência com amplo reconhecimento internacional entre 2019 e 2020, sua liderança poderia representar uma página virada na história do país latino-americano, não fosse a volta do grupo de Morales ao poder. Desde então, Áñez passou a enfrentar problemas na Justiça, acusada de conspiração e até terrorismo, chegando ao ápice com sua prisão, em 2021. Para Carolina Áñez, filha de Jeanine e que está em visita ao Brasil, onde já se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro, sua mãe sofre perseguição judicial. Confira, abaixo, uma entrevista na íntegra concedida ao Boletim da Liberdade em que Carolina denuncia a situação jurídica de sua mãe e faz um alerta aos brasileiros:

Boletim da Liberdade: Carolina, sua mãe Jeanine é considerada por apoiadores como uma presa política. Como está a situação?

Carolina Áñez: Minha mãe botou a cara pelo país, em um momento muito difícil e de conflitos nos quais estávamos a ponto de começar uma guerra civil. Assumiu a Presidência pela sucessão constitucional, dado a vacância de poder deixada pela renúncia e posteriormente fuga do pais do ex-presidente Evo Morales. Ao assumir o cargo pacificamente, cumpriu seu mandato convocando novas eleições democráticas e, fruto disso, atualmente há um novo presidente [Luis Arce], que em poucos meses após ter assumido o cargo, desconhece a sua qualidade de mandatária e começou uma perseguição judicial, prendendo-a por um suposto golpe de estado.

Boletim da Liberdade: Você ou algum familiar tem tido contato com ela? 

Carolina Áñez: Minha mãe esta sofrendo um linchamento judicial e tem perdido todos os seus direitos. Todas as pessoas presas têm direito a visita mas, mesmo assim, minha mãe só pode ser visitada pelos familiares de primeiro grau, ou seja, meu irmão e eu, e, ainda assim, o regime tem obstruído muitas vezes as visitas que tentamos fazer, estabelecendo uma série de desculpas e restrições. Eles inventam exames médicos, inventam documentos a fim de criar obstáculos para a visitarmos. O que estão fazendo ate agora não é apenas uma violação do princípio do devido processo legal, mas também a violação dos direitos humanos. Teve um tempo em que a pressão era tão forte que ela chegou a tentar se matar. Minha mãe é uma presa politica e ela vive um sequestro feito pelo regime de Luis Arce e Evo Morales.

Boletim da Liberdade: Do que exatamente consiste a acusação e o que pensa que pode ocorrer no curto prazo? 

Carolina Áñez: Minha mãe está sendo processada por todas as vias possíveis: pela via ordinária, pelo juízo de responsabilidades e pela via administrativa. Um de seus processos é por terrorismo e conspiração, o que rejeita a sucessão constitucional. Por este caso, o Movimento ao Socialismo, partido do governo, tenta “lavar a cara” de Evo Morales negando o [ato de] renúncia, [de] abandono do cargo e [da] fuga do “cocaleiro”. Na Bolívia, o sistema judicial esta à serviço da máfia criminal do Evo Morales e, por esta razão, vamos recorrer a instâncias internacionais para que minha mãe tenha um julgamento justo e para que os verdadeiros responsáveis de levar o país ao ponto de uma guerra civil tenham as sentenças que lhes correspondam.

Boletim da Liberdade: Aproveitando que está no Brasil, aqui o Tribunal Eleitoral tem tomado decisões que têm sido criticadas. Como enxerga a eleição brasileira de fora? 

Carolina Áñez: Respeito a institucionalidade democrática do Brasil, como todos os bolivianos. Espero que o povo brasileiro eleja a liberdade acima das opções que representam corrupção, injustiça e abuso de poder.

Boletim da Liberdade: O que espera de um futuro governo brasileiro? 

Carolina Áñez: Espero que esteja ao lado da democracia, liberdade e da justiça, que nos ajude a denunciar esses abusos que cometem em países como a Venezuela, Nicarágua, Cuba e agora no meu, a Bolívia. O Brasil é um líder regional. Como toda latino-americana que aprecia a liberdade, espero que tenhamos no governo brasileiro um aliado para lutar contra a perseguição politica e para pedir a liberdade dos presos políticos na nossa região.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Boletim da Liberdade: Por qual razão você veio ao Brasil? E conseguiu cumprir a razão de vir? 

Carolina Áñez: Vim ao Brasil convidada para o evento “Mulheres com Bolsonaro”, trazendo o depoimento de uma luta incansável contra o regime socialista no meu país. Não trouxe apenas a voz da minha mãe, mas também de mais de uma centena de presos políticos a quais tem sido vulneráveis todos seus direitos por ordem do socialismo criminal e mafioso que governa o meu país. Depois de passar tudo o que vivi, não gostaria que nenhuma mulher brasileira passasse o calvário que sofremos com a minha mãe, que nenhuma família brasileira se desfaça pela ambição perversa destas máfias que operam debaixo da bandeira do socialismo.

Boletim da Liberdade: Qual mensagem gostaria de deixar ao povo brasileiro? 

Carolina Áñez: Que nunca percam a força para resistir contra as ações antidemocráticas destes regimes. A luta é permanente, a liberdade e a democracia não se negociam, [mas] se defendem todos os dias.

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