O presidente Jair Bolsonaro informou na tarde desta quinta-feira (27) um reajuste de 33,24% do piso salarial dos professores da educação básica. No dia seguinte (28), o ministro da Economia Paulo Guedes demonstrou contrariedade com a ideia de fazer reajustes do gênero durante a pandemia. [1] [2]
“Tivemos a coragem de fazer em tempos de guerra o que não fazemos em tempos de paz, que é controlar o orçamento. O dinheiro vai para a saúde, mas não deve haver reajuste de salários para as cidades, os estados e para o governo federal durante a pandemia”, argumentou o ministro.
Guedes questionou ainda especificamente a situação dos professores: “Se estávamos em home office, os professores e alunos, em casa, fazendo lives para manter o distanciamento social para não forçar o sistema hospitalar, qual o sentido de pedir reajuste de salário? Temos que ter cuidado com os salários. Ainda estamos em guerra e temos que pagar pela nossa guerra. Nós temos que pagar ao invés de empurrar os custos para as futuras gerações”, frisou.
A Confederação Nacional de Municípios estimou que o reajuste deve custar R$ 30 bilhões aos cofres municipais e especialistas avaliam que as cidades pequenas podem ser as mais pressionadas. Eles se dividiram sobre a necessidade do reajuste e os riscos de achatar a carreira, deixando a remuneração muito perto do piso.
“Esse é o maior aumento já concedido pelo governo federal, desde o surgimento da Lei do Piso”, Bolsonaro celebrou por meio do Twitter. Ainda segundo o presidente, mais de 1,7 milhão de professores de estados e municípios que lecionam para mais de 38 milhões de alunos nas escolas públicas serão beneficiados com a medida.