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Ministro do STF defende voto de confiança à ‘boa fé’ de Jair Bolsonaro

O ministro argumentou que a corte máxima do Judiciário evitou aumento de mortes na pandemia e que não atrapalhou o governo federal
Gilmar Mendes (Foto: Divulgação/EBC)

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O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, em entrevista à Folha publicada neste sábado (11), afirmou que é preciso acreditar na “boa fé” do presidente Jair Bolsonaro. O presidente divulgou nesta quinta-feira (9) uma nota alegando que suas palavras contra ministros do STF – em especial Alexandre de Moraes – nas manifestações de 7 de setembro foram feitas “no calor do momento”. [1]

Gilmar Mendes criticou o acirramento de ânimos, pontuando que a meta de vacinação não foi cumprida e as autoridades estão praticando “esse novo esporte de agressões contínuas e alguns delírios”. Ainda de acordo com o ministro, o inquérito das fake news impediu que o Brasil tivesse “derrapado para um modelo de perfil muito autoritário”.

O ministro ainda defendeu a atuação do STF no contexto do combate à pandemia do coronavírus: “se nós tirarmos a ação do Supremo neste processo da pandemia, certamente, eu não consigo projetar, nós teríamos muito mais milhares de mortos”.

Quando questionado sobre a nota de Bolsonaro, Gilmar Mendes ponderou: “Temos de acreditar na boa-fé da manifestação e vamos aguardar os desdobramentos. (…) Eu só quero deixar claro que nós estamos cumprindo rigorosamente o nosso papel. Nós nos dedicamos às coisas que, de fato, valem a pena e que podem ter resultados animadores até do ponto de vista eleitoral”.

Gilmar Mendes acrescentou que “precisamos de diálogo e precisamos verter nossa energia para esse imenso desafio de reconstrução nacional, de superação desse estado de coisas”. O ministro do STF arrematou: “Eu sou um admirador da atividade política. Eu acredito nisso. Não acho que haja solução fora da atividade política”.

A declaração do ministro foi ironizada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), pré-candidato aprovado por seu partido à Presidência da República em 2022. “O difícil é acreditar na boa-fé do Gilmar Mendes”, ele publicou em sua conta no Twitter. [2]

Na contramão de Gilmar, o ex-ministro do STF Celso de Mello julgou a nota uma farsa e especulou que ela poderia ser “mero recurso estratégico de Bolsonaro para iludir, mediante conduta desqualificada e tisnada pela eiva da farsa, aqueles que, fieis à Constituição (como os Juízes do Supremo Tribunal Federal), buscam implementar o necessário convívio harmonioso entre os Poderes da República”. [3]

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