O clássico de futebol entre Brasil e Argentina, válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, chamou a atenção do planeta neste domingo (5). O motivo, porém, não foi o futebol praticado. Ao contrário: foi o futebol que não aconteceu.
Agentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Polícia Federal entraram em campo para retirar quatro jogadores argentinos em meio ao primeiro tempo do jogo que acontecia na Arena Corinthians, em São Paulo. Os jogadores são o goleiro Emiliano Martinez, os meias Emiliano Buendia e Giovani Lo Celso e o zagueiro Cristian Romero, que atuam na Inglaterra. [1]
A paralisação aconteceu aos seis minutos de jogo e todos os jogadores da seleção argentina se retiraram de campo. De acordo com o Globo Esporte, os quatro atletas foram ameaçados de deportação pela Anvisa, mas mesmo assim foram escalados.
“Eu não tenho conhecimento da lei desportiva, não posso opinar sobre isso. O que sei do aspecto sanitário é que esses quatro jogadores precisam ser deportados do Brasil”, disse o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. Ele acrescentou que eles “serão autuados e multados por uma sequência de infrações sanitárias”. [2]
“A Anvisa considera a situação risco sanitário grave, e por isso orientou às autoridades em saúde locais a determinarem a imediata quarentena dos jogadores, que estão impedidos de participar de qualquer atividade e devem ser impedidos de permanecer em território brasileiro”, declarou a agência em nota oficial. [3]
A Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) haviam interferido junto ao governo federal para autorizar a participação dos jogadores na partida. Os quatro atletas, de acordo com o protocolo de Covid-19, deveriam ter informado sua passagem pela Inglaterra antes de vir ao Brasil e precisariam ter passado por uma quarentena de quatorze dias. [4]
A CBF lamentou o desfecho do imbróglio. A partida foi declarada suspensa pelo árbitro e pela Conmebol e ainda não se sabe o impacto que isso terá para a continuidade da competição. A decisão caberá à Federação Internacional de Futebol. [5]