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Incógnita sobre recusa da oferta da Pfizer em 2020 deve ser objeto da CPI

CPI da Covid, no Senado Federal, deve investigar um amplo conjunto de temas, como a recomendação de remédios sem eficácia e incapacidade do governo federal na gestão da pandemia
Eduardo Pazuello (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Um dos dilemas que a CPI da Covid, aberta no Senado, deve se debruçar ao longo dos próximos meses é o que teria feito o governo não fechar acordo com a Pfizer no segundo semestre de 2020. Segundo o jornal “O Globo”, teriam sido oferecidos 70 milhões de imunizantes ainda em agosto e, uma vez celebrado o contrato, a distribuição teria se iniciado em dezembro, acelerando ainda mais o quadro de vacinação no país. [1]

Em entrevista à revista “Veja” na última sexta-feira (23), o ex-secretário de Comunicação Social (Secom), Fabio Wajngarten, colocou ainda em mais evidência o tema. [2]

Relatando ter participado das negociações, que teriam “avançado muito” em um momento inicial, Wajngarten relatou, na sequência, que “as coisas travavam no Ministério da Saúde” e criticou auxiliares de Bolsonaro, classificando-os como incompetentes e ineficientes.

“Quando você tem um laboratório de advocacia apoiando uma negociação que envolve cifras milionárias e do outro lado um time pequeno, tímido, sem experiência, é isso o que acontece. […] Estou me referindo à equipe que gerenciava o Ministério da Saúde nesse período”, disse.

Uma vez confirmada a hipótese de gerenciamento ruim no Ministério da Saúde, deve aumentar a tese de que o governo agiu de forma inadequada ao trocar ministros e nomear quadros sem formação técnica em plena pandemia. Nesse caso, aumenta o risco de responsabilização de Jair Bolsonaro ao longo da investigação, o que pode ampliar a crise política.

Quadro

Atualmente, apenas 5,2% da população brasileira já tomou duas doses, enquanto que os Estados Unidos já imunizaram por completo 28,4% da população segundo dados da “Our World in Data” da última sexta-feira (24).

O contrato com a Pfizer, por sua vez, acabou sendo assinado apenas em março de 2021, com a promessa de entrega de 100 milhões de doses ao longo do ano. A pandemia de Covid-19, no entanto, enfrentou em 2021 um agravamento sem precedentes e uma onda ainda mais acelerada do que a primeira, ocorrida em abril e maio de 2020. A responsabilidade sobre essa segunda onda pode cair no colo do governo. [3]

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