De acordo com reportagem de O Estado de S. Paulo publicada neste sábado (20), a Polícia Federal, mediante solicitação do ministro da Justiça André Mendonça, abriu inquérito contra Ciro Gomes, vice-presidente do PDT. Ciro comentou que o gesto é resultado de uma tentativa de intimidação por parte do presidente da República. [1]
“Particularmente não ligo para esse ato contra mim, mas considero grave a tentativa de Bolsonaro de intimidar opositores e adversários. Entendo que é um ato de desespero de quem vê sua imagem se deteriorar todos os dias pela gestão criminosa do Brasil na pandemia”, comentou Ciro Gomes em sua página no Twitter. [2]
Conforme a argumentação do inquérito, Ciro teria ferido a honra de Jair Bolsonaro durante entrevista para uma rádio cearense em novembro. Na ocasião, Ciro afirmou que repudiava a “boçalidade” do presidente, que ele estava desrespeitando a saúde pública e que seria um “ladrão”.
O mote das acusações de Ciro foi o caso de Fabrício Queiroz, amigo do presidente e ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). As investigações apuram a possibilidade de ele ter operado um esquema de “rachadinhas” durante o mandato de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A expressão popular “rachadinha” significa um esquema ilegal de apropriação dos salários de funcionários. Além de apurar o recebimento de recursos para pagar despesas de Flávio Bolsonaro, a Polícia Federal também investiga depósitos de cheques na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que o presidente alega serem pagamentos de dívida.