Dois políticos ligados ao Movimento Brasil Livre – o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) e o vereador Rubinho Nunes (Patriota-SP), também advogado do movimento – entraram na Justiça nesta sexta-feira (5) para pedir o afastamento do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem. [1]
O motivo do pedido é o fornecimento de informações privilegiadas obtidas pela Abin para a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, no caso Queiroz, conforme relatado pelo jornalista Guilherme Amado na Revista Época. De acordo com a reportagem, em uma das mensagens, a Abin abordou com Flávio Bolsonaro a demissão de Christiano Paes Leme (Chefe de Investigação da 7ª Região), concretizada posteriormente.
Kim e Rubinho Nunes consideram na ação popular endereçada ao juiz federal de Brasília que “a máquina pública está sendo utilizada com a finalidade de proteger o filho do Presidente da República, ou seja, estão confundindo a impessoalidade do cargo público com a pessoalidade, o que é totalmente vedado pela Carta Maior”. A atitude do chefe do Poder Executivo para “proteger sua família” é também considerada “paternalista” no texto.
A Abin e o Gabinete de Segurança Institucional negam todas as acusações. A associação de inteligência afirma que não produziu os documentos divulgados pelo jornalista Guilherme Amado e, portanto, a ação se baseia em uma farsa. “Nossos profissionais não interferem em assuntos internos de outros órgãos, não sugerem alterações em cargos, muito menos estratégias referentes ao jogo político partidário nacional”, alegaram.