Após alcançar o segundo turno das eleições municipais de São Paulo, cresce a aposta na narrativa de que o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, seria uma opção mais moderada do que parece para o comando da principal cidade do país. Não é isso, contudo, o que prega o seu partido.
No programa do PSOL, entre outros pontos, a sigla admite que quer “refundar a ideia e a estratégia do socialismo no imaginário de milhões de homens e mulheres”, rechaça-se a “conciliação de classes”, defende-se a expropriação de bens de alguns grupos sociais e sugere-se até mesmo a criação de uma “federação” entre diversas repúblicas da América Latina.
Confira, abaixo, alguns dos controversos e pouco moderados aspectos do programa do PSOL:
Conciliação de classes
Defendendo um “socialismo democrático”, o PSOL afirma em seu programa que a formação do partido não visa “estimular a conciliação de classes”.
Fundado em 2004 e oficializado em 2005, em pleno auge do governo PT, a sigla surge justamente com uma crítica à “moderação” do governo Lula.
“Nossas alianças para construir um projeto alternativo têm que ser as que busquem soldar a unidade entre todos os setores do povo trabalhador. [..] Nosso partido rejeita os governos comuns com a classe dominante”, diz o programa, deixando claro sua crítica ao diálogo com todas as partes da sociedade.
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Expropriação
Marxista, o PSOL também não nega que, ao chegar ao poder, defende que a expropriação seja passo fundamental para seu plano de poder.
Entre outros pontos que aborda o tema, o PSOL defende que “não existe saída para o campo brasileiro sem a expropriação das grandes fazendas, sejam elas produtivas ou não”.
Mesmo entre os defensores da reforma agrária, esse tipo de medida é considerada radical e pode ser intepretada como uma ameaça ao agronegócio, responsável por boa parte da balança comercial brasileira.
Em outro ponto do programa, o partido de Boulos defende a “expropriação dos grandes grupos monopólicos capitalistas”, a “estatização das empresas privatizadas” e até mesmo a expropriação de grupos específicos: “latifundiários, especuladores, capitalistas e banqueiros”.
Federação
O hipotético termo URSAL, uma abreviação para “União das Repúblicas Socialistas da América Latina”, ganhou fama em 2018 após ter sido citado em debate por Cabo Daciolo, candidato à presidência da República pelo Patriota.
Maior integração entre os países latinoamericanos, no entanto, também faz parte do programa do PSOL. A legenda defende abertamente em seu programa partidário a “unidade dos trabalhadores e do povo da América Latina” e sai em defesa de uma “federação das repúblicas” da região.
“Na luta contra o imperialismo estamos pela mais ampla unidade de ação com todas as forças que estejam dispostas a uma ação concreta contra o mesmo”, diz o texto.
Leia o programa na íntegra clicando aqui.
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