O ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, concedeu uma entrevista publicada pela revista Crusoé nesta sexta-feira (29). Falando mais abertamente sobre diversas questões, ele afirmou, entre outras declarações, que a liberdade do ex-presidente Lula era considerada positiva politicamente para o presidente da República. [1]
“O que se dizia no Planalto era que a soltura do Lula era bom politicamente para o presidente. Isso foi dito. Eu sou um homem de Justiça, um homem de lei, e não acho que um cálculo político pode ser envolvido nisso”, afirmou Moro, sem informar quem lhe havia informado dessa interpretação. Ainda sobre a atuação política e os interesses do presidente Jair Bolsonaro, Moro disse que houve desvios em relação ao discurso de campanha e às promessas feitas.
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“No que se refere à agenda anticorrupção, de fortalecimento das instituições e aprimoramento da lei para tanto, sim, e já faz algum tempo. No que se refere às alianças políticas, o discurso do presidente era muito claro no sentido de que ele não faria alianças políticas com o Centrão e agora ele está fazendo”, disse Moro, alegando que isso começou a acontecer antes de sua saída “pelo receio do presidente de sofrer um impeachment”.
Moro ressaltou que no começo do governo houve solicitações “informais” para ceder ao presidente cerca de cinco policiais “para atuar diretamente no Palácio do Planalto”. O ex-ministro acrescentou que, tal como informado pelo ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência, o já falecido Gustavo Bebianno, a ideia foi abortada.
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