A declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quarta-feira (12) sobre não se importar com a desvalorização do real gerou críticas entre liberais nas redes sociais e ajudou a reduzir ainda mais o valor da moeda frente ao dólar no início desta quinta (13). [1]
Guedes havia afirmado que “o câmbio brasileiro não está nervoso” e que o modelo, agora, não funciona mais com “juro na lua e câmbio baixo, desindustrializando o Brasil”.
Segundo Guedes, o câmbio mais alto com juros mais baixos ajudam a “todo mundo investir e consumir mais”, além de ser “positivo” para aumentar as exportações. Ele também ponderou que prefere o real a R$ 4 com o juros a 4% do que ampliar o juros e ter a moeda mais valorizada. [2]
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Nas redes sociais, Paulo Ghedini, conselheiro do Instituto Mises Brasil, fez questão de compartilhar um conjunto de artigos da organização para refutar a tese das vantagens do câmbio desvalorizado. Um deles, de autoria de Leandro Roque e publicado em 2015, esclarece que a desvalorização da moeda gera aumento de preços, desestímulo aos investimentos e justamente desindustrialização. [3]
“Segundo os economistas desenvolvimentistas, a desvalorização do câmbio é o segredo para impulsionar a indústria e o setor exportador brasileiro. Ao se desvalorizar o câmbio, dizem eles, as exportações são estimuladas e, liderada por um aumento nas exportações, a indústria volta a produzir e, por conseguinte, toda a economia volta a crescer. O primeiro grande problema é que, no mundo globalizado em que vivemos, vários exportadores são também grandes importadores”, diz o texto. [4]
Presidente do IMB, Helio Beltrão ressaltou que, para ele, “Ministro da Economia não deve falar de câmbio”. “Quem lida com com câmbio é o BC [Banco Central]. Esta é a política de todo país organizado. Se o ministro fala de câmbio, mexe mercados e levanta dúvidas perigosas sobre a autonomia do BC”, destacou. [5]
Beltrão também ironizou a declaração do ministro de que “câmbio um pouco mais alto é bom pra todo mundo”. “Menos para o consumidor, para o poupador, para o trabalhador, para o importador. Faltou algum brasileiro nesta minha lista?”, perguntou Helio.
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