fbpx

Deu Parasita!

Compartilhe

Paulo Guedes acertou em cheio, gente! O cara é mesmo muito bom. Tem feeling. Deu Parasita no Oscar de melhor filme. 

Para tentar algum sucesso para o meu artigo semanal, serei parasita do Guedes e do Bong Joon-ho e tratarei hoje de uma espécie de parasita bem nacional: os donos dos partidos políticos. 

Esse é o momento para tratar deles. Porque, enquanto fala-se muito por aqui em riscos para a democracia, no berço da mais significativa democracia do mundo os partidos políticos estão na fase de definir, pelo voto dos filiados e eleitores, os candidatos que irão disputar a Presidência da República. 

Por lá é assim que se dá o começo de uma disputa eleitoral. Por aqui, acontece de maneira diferente. Bem diferente! O dedo indicador dos donos dos partidos faz o serviço completo, sem debates, sem convenções e sem conversa. Eles enfiam goela abaixo dos eleitores os candidatos que querem. 

Talvez, por isso, a democracia que temos seja ainda tão pobre quanto a família de quebrados espertos do filme que levou o Oscar. 

No berço da mais significativa democracia do mundo, os partidos políticos estão na fase de definir, pelo voto dos filiados e eleitores, os candidatos que irão disputar a Presidência da República.  Por lá é assim que se dá o começo de uma disputa eleitoral. Por aqui, acontece de maneira diferente. Bem diferente! O dedo indicador dos donos dos partidos faz o serviço completo, sem debates, sem convenções e sem conversa. 

Os donos dos partidos – principalmente daqueles que têm representatividade para levar seus candidatos aos debates e aos melhores tempos de propaganda eleitoral na TV e no rádio – resolveram evitar uma surra parecida com a que levaram na eleição de 2018, quando nomes novos surpreenderam. Eles, então, neste momento, fecham as portas dos seus partidos para novas lideranças. É fácil perceber isso quando a gente conversa com quem tem vontade de disputar a eleição para a prefeitura do Rio de Janeiro, por exemplo. E o mesmo movimento deve estar a ocorrer em outras praças pelo Brasil afora. 

A atitude é um abuso, porque os partidos, apesar de terem donos, não são eles os que pagam a conta. Exceto em um, ela é resolvida por todos os contribuintes, entre eles, os que buscam espaço para ingressar na política ou crescer nela. A legislação brasileira não permite candidaturas avulsas e dá aos partidos o monopólio do registro de candidatos. Está posta, portanto, a camisa de força. 

Desse jeito, os donos dos partidos sacrificam a democracia. Com eles, ela corre um risco bem maior do que com as declarações imbecis de quem sai por aí a falar no AI-5 ou  de outras bobagens. Essa situação, posso lhes garantir, é um paradoxo dos tempos novos da política brasileira, porque, na época do generais ditadores, existiu nos partidos a escolha dos candidatos pelo voto dos filiados e com disputas acirradas. A história registra a escolha do Paulo Maluf como candidato à Presidência da República na convenção do PSD, quando ele derrotou, no voto, o candidato dos generais, Mário Andreazza. Sou desse tempo, gente. Eu estava lá. 

Passados os generais, a prática continuou durante algum tempo. Em 1994, o PFL do Rio de Janeiro ficou dividido entre o apoio ao candidato a governador do PSDB, Marcello Alencar, e uma candidatura própria, do engenheiro Roberto Procópio Lima Netto. Rubem Medina era o presidente do partido no estado. Houve uma disputa acirrada, numa convenção à qual compareceu, convocado pelo Lima Netto, um observador do TRE-RJ para garantir, não só a lisura da disputa, mas a isonomia das condições dadas às duas propostas. 

Fala-se muito em reforma política. Precisamos mesmo dela, mas só se ela eliminar, de vez, os parasitas que estão entranhados nos partidos políticos. E isso deveria interessar a todos os que disputam o voto dos eleitores, aos da esquerda, do centro e da direita, porque do jeito que estamos caminhando, os eleitores têm resolvido pelo “não voto”,  a dificuldade de encontrar nos pleitos os candidatos que gostariam. E, gente, não há risco maior para a democracia do que uma eleição onde os escolhidos são eleitos pela minoria ou sempre pelo voto da rejeição e nunca da esperança. 

É assim que tem sido. É só examinar os resultados das últimas eleições. Daqui a pouco, todos deixaremos de votar, porque os nomes que nos apresentam são estupidamente ruins e não há partido por aqui que nos dê melhor escolha. 

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

plugins premium WordPress
Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?