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As regras do julgamento de Trump

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Na última terça-feira (21) teve início o julgamento do processo de impeachment do presidente americano Donald J. Trump. Neste primeiro dia, as regras apresentadas pelo líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, foram debatidas e votadas. Esta primeira sessão durou 12 horas, contando os recessos.

Algumas concessões foram feitas, como por exemplo a mudança nos prazos de argumentação de acusação e defesa, dividindo-se 24 horas em três dias para cada uma das partes. Anteriormente, a proposta de McConnell era de que as horas fossem divididas em dois dias. Contudo, o líder dos “promotores”, o democrata Adam Schiff, solicitou que a decisão fosse revista, uma vez que um período de 12 horas de argumentações por sessão seria cansativo e dispersaria a atenção os senadores presentes.

Após esse período de argumentações, os senadores poderão encaminhar questionamentos por escrito ao juiz da Suprema Corte, John Roberts, que terá 16 horas de sessão para respondê-las aos presentes. Apesar de nos EUA o presidente do Senado ser o vice-presidente da nação, nos casos de julgamento de impeachment o juiz-chefe da Suprema Corte Americana – o equivalente ao nosso STF – é quem exerce a função.

Concluída a fase de perguntas e respostas, fica liberada a convocação de testemunhas e apresentação de documentos extraordinários, tanto de acusação quanto de defesa. Apenas após todo esse trâmite serão liberados os debates entre os senadores da casa e a abertura para votação de “culpa” ou “não-culpa” do presidente americano nos dois artigos (denúncias) do Impeachment.

A verdade é que a bancada democrata está ciente de que as evidências, apresentadas até então, são rasas e insuficientes para derrubar o presidente. A estratégia do Partido Democrata é prolongar o tempo de julgamento o máximo possível

No primeiro dia de julgamento, diversos embates aconteceram entre acusação e defesa no que diz respeito à intimação de testemunhas. Os advogados de Donald Trump concordaram com as regras propostas, enquanto o líder da minoria no Senado, o democrata Chuck Schumer, junto ao líder da promotoria, alegam que a convocação das testemunhas antes da fase de argumentações são imprescindíveis para que “haja transparência do caso ao povo americano”.

O advogado de Trump e também conselheiro da Casa Branca, Pat Cipollone, elevou o tom em um determinado momento, afirmando que o inquérito já havia sido realizado pela Câmara dos Representantes e, se os artigos haviam sido enviados para o Senado, todas as provas necessárias para culpar o presidente já deveriam estar ali, à disposição da Corte. Se não tinham provas era porque esse julgamento não deveria estar acontecendo.

Em resposta, os promotores democratas dispararam em seus discursos que havia ali uma “defesa perigosa”, a qual deseja impedir o povo americano e o Senado de ter acesso a mais informações. O presidente da Corte imediatamente interrompeu a sessão e se posicionou em direção a ambas as partes, solicitando decoro e prudência em suas falas. 

A verdade é que a bancada democrata está ciente de que as evidências, apresentadas até então, são rasas e insuficientes para derrubar o presidente. A estratégia do Partido Democrata é prolongar o tempo de julgamento o máximo possível, com intuito de levantar provas a seu favor, mesmo que isso custe para eles um período precioso de campanha de quatro senadores que estão concorrendo em suas primárias (Bernie Sanders, Elizabeth Warren, Amy Klobuchar e Michael Bennet), a 11 dias do caucus de Iowa.

Fica no ar a dúvida se o efeito colateral desse impeachment também não seria uma forma de consolidar a posição de Joe Biden como o candidato a concorrer com Trump em novembro, dado que a folia da acusação não terá sucesso considerando o cenário atual sem provas.


Foto: Reprodução/YouTube

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

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