Série de documentários do ‘Brasil Paralelo’ começa a ser exibida em emissora estatal
Contrato de cessão não-oneroso foi assinado entre as partes, mas exibição de lideranças de direita em horário nobre de emissora estatal gerou críticas; analista político Luciano Ayan considerou o caso ‘grave’
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A série de documentários Brasil – A Última Cruzada, produzida pela produtora gaúcha Brasil Paralelo, começou a ser exibida nesta segunda-feira (9) na TV Escola – emissora ligada ao Ministério da Educação. A produtora, como se sabe, é uma empresa especializada no nicho conservador e surgiu se propondo a fazer documentários com expoentes ligados à direita no país. [1]
A Brasil Paralelo informou, nas redes sociais, que a exibição não envolve qualquer remuneração e, ao site O Antagonista, que foi procurada pela própria TV Escola para a divulgação dos filmes. [2]
“Nossos documentários são gratuitos, qualquer um pode reproduzi-los e ficamos felizes quando decidem fazê-lo, não faz sentido impedir. A Brasil Paralelo não recebe nenhum centavo de dinheiro público”, esclareceu a empresa.
Foi divulgado ainda o documento chamado de “Termo de Licenciamento Não-Oneroso”, no qual a produtora permitiu à TV Escola a exibição da série durante três anos. Nas redes, a estatal iniciou a divulgação do filme e expôs um cartaz da série com o logotipo da emissora. [3]
A exibição dos filmes, no entanto, não foi unanimidade na direita. O analista político Luciano Ayan criticou a iniciativa e afirmou que “o argumento de que não receberá dinheiro é implausível, dado que o espaço da TV Escola se configura propaganda gratuita para a empresa”. [4]
“O uso de um documentário do Brasil Paralelo na TV Escola é grave por vários motivos, principalmente pelo fato de mostrar a ideologização extrema deste governo. A promessa de que ‘não haveria viés ideológico’ já se espatifou há tempos. Agora tudo fica muito mais descarado”, publicou Ayan nas redes sociais. [5]
Dentre os entrevistados da série, estão o professor Olavo de Carvalho, considerado o principal influenciador do núcleo ideológico do governo, bem como o historiador Rafael Nogueira – que tornou-se presidente da Fundação Biblioteca Nacional – e o hoje deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL/SP).
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