A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (10) o texto-base da reforma da Previdência na votação de primeiro turno. Ao todo, foram 379 votos favoráveis e 131 votos contrários.
Por se tratar de uma Proposta de Emenda Constitucional, será necessária uma segunda votação para que a aprovação seja confirmada. Outra vez, a proposta precisará ter, no mínimo, 308 votos favoráveis.
Oficialmente, o intervalo mínimo entre uma votação e outra é de cinco sessões, podendo eventualmente esse prazo ser reduzido – medida que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já admitiu não desejar para evitar que a oposição conteste a manobra.
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Discurso de Rodrigo Maia
Em longo discurso na tribuna pouco antes de anunciar o resultado, Maia foi ovacionado pelos colegas parlamentares e defendeu a importância do Congresso Nacional.
“Esse é um momento histórico para todos, tanto para os que defendem como para os que não defendem [a reforma]. Muitas vezes, fico acompanhando os discursos, inclusive dos que são contra, e me pergunto se estou certo [em defender]. Mas a cada discurso que eu ouço, tenho cada vez mais convicção de que a posição de reformar o Estado brasileiro é a posição correta”, disse, defendendo ainda que o texto final não é o texto ideal para nenhum deputado.
Maia afirmou ainda que “tem alguma coisa errada na qualidade dos gastos públicos que são feitos” e opinou, como exemplo, que “não é privilegiando as aposentadorias que será melhorada a qualidade da educação”. O presidente da Câmara também defendeu a necessidade de se instaurar uma reforma tributária “começando pela simplificação [dos tributos]”
“Estou muito feliz por estar conduzindo essa sessão com o respeito de todos os deputados, inclusive dos de oposição. A boa relação que construímos, de confiança entre todos, é que permitiu que chegássemos até agora. Muitas vezes, nossos líderes são criticados, mas são eles que estão fazendo a mudança do Brasil. O centrão, os partidos do centrão, que são considerados do mal, é que estão fazendo a reforma da Previdência”, concluiu, defendendo o protagonismo do Parlamento e a representatividade do Congresso Nacional.
Em indireta ao governo, Rodrigo Maia falou ainda que “investidor de longo-prazo não investe em país que ataca as instituições” e que tinha como objetivo pessoal, apesar dos ataques pessoais que sofreu, levar à Câmara até a votação da Previdência.
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