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Em conferência, liberais debatem como o Brasil pode sair da social-democracia

Especialistas convidados pelo Instituto Mises Brasil debateram os principais problemas da social-democracia e deram receita de como sair dela; painel contou com a participação de membro do governo
Painel discutiu as saídas do Brasil da social-democracia na VI Conferência de Escola Austriaca (Foto: Boletim da Liberdade)

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Painel discutiu as saídas do Brasil da social-democracia na VI Conferência de Escola Austriaca (Foto: Boletim da Liberdade)

Um dos painéis mais aguardados deste sábado (11), terceiro e último dia da VI Conferência de Escola Austríaca promovida pelo Instituto Ludwig von Mises Brasil em São Paulo, se propôs a discutir o que precisava ser feito para o Brasil deixar de ser uma social-democracia. Participaram deles os debatedores Leandro Roque, economista e especialista do IMB, e Gianluca Lorenzon, advogado e diretor de programas de liberalização do Ministério da Economia.

Roque concentrou sua crítica à inviabilidade da social-democracia enquanto sistema, pontuando que, “para ela se manter, precisa de uma quantidade cada vez maior de pessoas entrando no mercado de trabalho e arrecadação cada vez mais elevada”.

“No Brasil, todos os problemas que podem afetar a social-democracia se combinaram de maneira rápida e explosiva. Na década de 1980, a carga tributária era 20%, hoje está em 40% e sufocando a economia. Ao mesmo tempo, a taxa de fecundidade reduziu e a quantidade de pessoas entrando no mercado de trabalho está diminuindo. Além disso, não somos produtivos. E, se produzimos pouco, o Estado tem seu potencial de arrecadação menor. Para piorar, enfrentamos uma grave crise econômica”, disse.

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Roque alertou que era evidente que “uma hora não teria como financiar um Estado que cuida de tudo, da saude à educação, da seguridade social à vários programas assistencialistas, de eletricidades a aeroportos”. O especialista pontuou que, para piorar, a social-democracia brasileira ajudou o país a se tornar “o país em desenvolvimento com a maior dívida do mundo”, o que acabou tirando o crédito do mercado e afetando o desenvolvimento das empresas nacionais.

“Acabar com a social-democracia não é insensibilidade, é realidade. Enquanto mais cedo virarmos adultos e percebermos que precisamos acabar com isso, menos dolorosa será essa transição. Nossa social-democracia foi uma experiência curta e natimorta. Nenhum país enriqueceu adotando a social-democracia”, disse.

O advogado e diretor de programas de liberalização do Ministério da Economia, Gianluca Lorenzon (Foto: Boletim da Liberdade)

Diretor de programas de liberalização da economia do ministro Paulo Guedes, o advogado Gianluca Lorenzon – também ex-diretor do Instituto Mises Brasil -, fez um retrospecto histórico brasileiro. Segundo ele, o país “teve um marxismo muito diferente, que é o positivismo”, que influenciou uma série de medidas econômicas no país ao longo da história.

Por fim, o advogado defendeu três passos para o país deixar de ser uma social-democracia. “O primeiro passo é voltar a ser uma federação de fato. Federalizar. O segundo desafio é criar um ambiente jurídico onde o Estado, o juiz, não seja parte de toda relação privada. Acabar, portanto, com a ‘tradição de social-democracia-juridica’. Já o terceiro desafio, o mais difícil, é mudar a mentalidade das pessoas”, opinou.

“A socialdemocracia acaba com a ética e destrói a racionalidade. Essa é a consequência”, comentou ainda Gianluca, citando casos de sua experiência no governo e fora dele de como a mentalidade social-democrata acaba levando políticos a fazerem decisões frias apenas para evitar ampliar as despesas.

O especialista concluiu afirmando que “o sistema social-democrata como um todo é um parasita do capitalismo”, que “sobrevive dos frutos do capitalismo”, e pediu ajuda dos presentes para que o país siga evoluindo em seus pequenos passos. “Todo caminho na direção correta ajuda”, disse.

Em sua exposição, o diretor de liberalização do governo Bolsonaro também comentou os que criticam a participação de liberais em um governo cujo presidente é conservador.

“Quando as pessoas criticam que não estamos fazendo muito, ou não sendo muito radicais, eu respondo: o que o PT faria? Ao longo do governo deles, tentaram pautar a agenda deles com toda força. Defendem as bandeiras deles. Nós devíamos fazer o mesmo. Comprar todas as brigas em defesa das ideias da liberdade. Temos uma janela agora graças ao governo Bolsonaro. Tem muitas maneiras de contribuir. Esse é o momento. Essa é a primeira vez que estamos voltando com ideias para liberalizar o país desde a década de 1960, que não duraram muito por causa do regime. Agora, temos uma porta. Precisamos usar essa porta: fazer o máximo que nós pudermos no pouco tempo que tivermos”, concluiu.

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