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Grupo se manifesta contra supostas heresias do Papa: o que pode acontecer?

Em entrevista ao Boletim, católicos comentaram as possíveis consequências do documento divulgado por sacerdotes e acadêmicos que questionam o pontífice
Papa Francisco (Foto: Reprodução / Vatican News)

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Papa Francisco (Foto: Reprodução / Vatican News)

Não é de hoje que alguns grupos, especialmente os mais tradicionalistas, fazem questionamentos mais ou menos duros ao Papa Francisco dentro do meio católico. Nesta quarta-feira (01), um grupo de 19 padres e acadêmicos se manifestou cobrando esclarecimentos dos bispos sobre posicionamentos considerados heréticos da autoridade máxima da hierarquia institucional católica. [1]

Aidan Nichols, um padre britânico de 70 anos da ordem dos Dominicanos, autor de vários livros na área de Teologia, afirmou que a medida é o “último recurso para responder aos danos acumulados pelas palavras e ações do Papa Francisco ao longo de vários anos e que abriram caminho para uma das maiores crises na história da Igreja Católica”. O texto do grupo foi divulgado em uma carta de 20 páginas.

De acordo com o documento, o Papa não se pronuncia de forma clara contra o aberto e tem sido muito receptivo a homossexuais, protestantes e muçulmanos. O texto foi publicado no site LifeSiteNews, que, em 2018, publicou um documento escrito pelo ex-embaixador do Vaticano para Washington, o arcebispo Carlo Maria Vigano, pedindo a renúncia do pontífice. Até agora, o Vaticano não comentou a carta.

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O que pode acontecer?

O Boletim investigou os possíveis desdobramentos de um gesto como esse. O padre Cléber dos Santos, doutor em filosofia, pontuou que o Direito Canônico estabelece o papa como detentor, na Igreja, do “poder ordinário supremo, pleno, imediato e universal, que pode sempre exercer livremente”. Ao mesmo tempo, no entanto, uma bula do Papa Paulo IV determina que um clérigo que tenha incorrido em heresia antes de se tornar papa “deve ter sua eleição considerada inválida” e os fieis têm o direito de manifestar suas dúvidas.

“O que os signatários no caso pedem é que os bispos examinem os seus argumentos e peçam esclarecimentos ao Papa Francisco. Pontualmente não há a possibilidade canônica de qualquer instância (Concílio ou reunião de alguns bispos) declarar a Sé vacante por alegada heresia por parte do Papa, simplesmente porque não há nenhuma instância superior ao Papa”, comentou o padre Cléber.

O padre disse que o acontecimento pode ter três consequências. Uma delas seria um grupo de bispos considerarem os argumentos procedentes e submeterem-nos ao Papa, que não é obrigado a responder; outra seria o Papa responder reconhecendo que houve algum erro ou falta de clareza e retificando um ensinamento. Finalmente, se o Papa responder rejeitando as críticas, os padres que o questionaram podem declarar que não o reconhecem e até ser destituídos pelo pontífice. “Consequência final deste caso: cisma e divisão da Igreja”.

Colunista do Instituto Liberal, Hiago Rebello concordou com o padre. “Isso está muito errado. A única pessoa que pode julgar o Papa é outro Papa. A não ser que um Papa assine o Concílio, como foi o caso de Honório I, o único Papa excomungado da História”. Ele também não concorda com as críticas contidas no manifesto.

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