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RJ: Mesmo na crise, escolas de samba pressionam Prefeitura por mais dinheiro

Prefeito Marcelo Crivella, contudo, mantém posição de austeridade e, por causa disso, segue recebendo críticas das entidades; Movimento Brasil Livre do Rio apoia redução de recursos
Desfile de Escola de Samba no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/YouTube)

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Desfile de Escola de Samba no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/YouTube)

As Escolas de Samba do Rio de Janeiro estão inconformadas com a redução de recursos da festa. Com a saída do aplicativo Uber como patrocinadora e diante da dificuldade de conseguir novos parceiros comerciais, agora pressionam a Prefeitura do Rio a cobrir o vazio de dinheiro deixado com o término do acordo com a empresa. [1]

Mas, se depender do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), o carnaval não será a prioridade dos gastos públicos da cidade. Em vez de R$ 1 milhão, sua gestão anunciou que destinará apenas – mas ainda vultosos – R$ 500 mil para cada agremiação.

A declaração, claro, rendeu novas críticas das escolas ao político. Para o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castenheira, em reportagem ao jornal Extra, trata-se de um “momento dramático”.

Em 2017, nos preparativos para o Carnaval 2018, por problemas orçamentários, Crivella já havia reduzido de R$ 2 milhões para R$ 1 milhão o montante de recursos públicos investidos na festa. Apesar do motivo nobre, o prefeito foi duramente criticado pelas Escolas de Samba, inclusive nos desfiles. [2]

No início do ano, em declaração ao blog “Setor 1”, da Band, Crivella já havia defendido que o carnaval do Rio não precisaria do dinheiro público, assim como o Rock In Rio (concerto musical realizado na cidade) também não utiliza. Afinal, a maior parte dos beneficiários da festa são empreendimentos privados. [3]

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Saída do Uber

A culpa da saída do Uber do patrocínio do Carnaval carioca, contudo, é em parte das próprias escolas de samba. Segundo o aplicativo, a decisão veio por “ordem do setor de compliance da matriz americana”. Falta de transparência e envolvimento em esquemas duvidosos motivaram a saída.

Uma recente operação policial prendeu o presidente da Mangueira, uma das principais escolas de samba da cidade. Não é, porém, a primeira vez que os organizadores da festa se envolvem em suspeitas de crimes e contravenções no estado.

Em 2012, o presidente de honra da Beija Flor, uma das principais escolas de samba da região, chegou a ser preso. Dentre os crimes a que foi indiciado, “formação de quadrilha armada”, como apontou o Jornal Nacional, da TV Globo, na ocasião. Apesar da delicada questão, a Beija Flor o manteve no posto, sem embaraço. [4]

MBL Rio apoia medida

Renato Borges, coordenador municipal do Movimento Brasil Livre no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/Facebook)

Para Renato Borges, coordenador municipal do Movimento Brasil Livre no Rio de Janeiro, a decisão de Crivella de não aumentar os repasses às Escolas de Samba representa um “grande acerto da Prefeitura”.

“Apesar de todas as minhas críticas ao prefeito, trata-se de um acerto. O corte é necessário. Em um município em crise, que mal dá conta de pastas essenciais como saúde e educação, medidas austeras se tornam necessárias”, afirmou ao Boletim da Liberdade.

O ativista também declarou que “as escolas de samba do Grupo Especial ficaram mal acostumadas com os valores exorbitantes pagos pela Prefeitura durante a gestão de Eduardo Paes”, ex-prefeito do Rio, na ocasião filiado ao MDB – mesmo partido do ex-governador Sergio Cabral e o atual governador Luiz Fernando Pezão, ambos atualmente presos arrolados em desdobramentos da Operação Lava Jato.

“Vale frisar que essa discussão pouco tem a ver com a festa do Carnaval em si, com apoiá-la ou não. Decerto, um evento de tamanho apelo popular é plenamente capaz de conseguir patrocinadores e andar com as suas próprias pernas. Sem contar, é claro, de um agravante: a conhecida ligação que a LIESA tem com o jogo do bicho. Não podemos sustentar a contravenção com dinheiro público”, concluiu.

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