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Pesquisa sobre gratuidade em universidades estaduais pode virar projeto de lei

O estudo, desenvolvido por economistas ligados ao Livres, indica que a gratuidade nas universidades públicas estaduais vêm sendo mais aproveitada por quem pode pagar
USP, Campus Bauru(Foto: Reprodução / Revista Atenção)

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USP, Campus Bauru(Foto: Reprodução / Revista Atenção)

Você sabia que cerca de dois terços dos estudantes da USP vêm de escola particular e que metade dos alunos da mesma universidade têm renda familiar acima de 10 salários mínimos por mês?

Essa é a conclusão de pesquisa realizada pelo movimento Livres em julho. Baseado nesses números, o economista Daniel José defende o fim da gratuidade universal em universidades estaduais. A ideia é um pagamento diferenciado e pontual baseado na renda de cada universitário. Quem tem condições financeiras pagaria uma mensalidade e quem não tem continuaria estudando gratuitamente.

“Se estudantes com condições econômicas pagassem em média R$ 600 por mês, isso renderia ao Estado cerca de R$ 40 milhões por ano, suficiente para tirar a USP do vermelho, permitindo, por exemplo, que o governo investisse mais recursos na educação básica. E esse mesmo raciocínio valeria também para Unicamp e UNESP, que são universidades para a elite bancadas para quem não precisa”, afirmou Daniel José, que é mestre pela Universidade de Yale (EUA) e pré-candidato a deputado estadual em São Paulo.

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Números da crise na USP

A pesquisa mostrou ainda que mesmo com um orçamento grande, de cerca de R$ 5,5 bilhões, a USP enfrenta uma grave crise financeira, com déficit previsto para este ano de R$ 288 milhões. Do total do orçamento, 96% são só para folha de pagamento, mais de R$ 5,28 bilhões para salários e aposentadorias de professores a funcionários. Apesar de toda essa verba, ressalta o estudo, a USP não está nem entre as 250 melhores universidades do mundo.

“Considerando os valores expostos, há poucos programas de transferência de renda tão generosos quanto este, se houver algum. A transferência de renda fica mais explícita quando comparamos com o gasto no Ensino Médio, que fica em torno de R$ 363 por mês por estudante, pelo menos 90% menor que o gasto por aluno no ensino superior”, conclui Daniel José. “Em nosso país, os valores estão todos invertidos”.

Quem é Daniel José

Filho de uma diarista e o mais novo de onze irmãos, o economista se formou em economia pelo Insper com bolsa de estudos da Fundação Estudar, trabalhou por alguns anos no mercado financeiro em São Paulo e também em ajuda humanitária para refugiados de guerra na Jordânia. Mais tarde foi admitido na Universidade Yale no mestrado em relações internacionais. Ajudou a criar a Falconi Educação, maior consultoria voltada para educação pública no Brasil, e o RenovaBR.

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