Renda básica universal, 15 horas semanais de jornada de trabalho e abertura das fronteiras. Pode parecer utopia, e pode efetivamente ser utopia, mas é o que defende o historiador holandês Rutger Bregman, que se destacou depois de publicar seu ensaio “Utopia para realistas”.
Em entrevista para o El País de 25 de março do ano passado, Bregman sustentou que é possível “sacudir o capitalismo para acabar com as desigualdades”, implementando na prática toda essa agenda revolucionária. Para ele, apesar de o momento ser de críticas ao estado de bem-estar-social, a renda básica seria “um complemento das medidas fundamentais” que o compõem, somada à saúde e ao ensino público, mas poderia substituir medidas como o “seguro-desemprego, que se tornou um sistema incrivelmente burocrático e paternalista e que não funciona”. [1]
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Essa renda, para Bregman, deveria ser recebida por todos indistintamente, ricos e pobres. Para ele, a renda é um investimento, porque confronta todos os prejuízos sociais decorrentes da pobreza, e é uma medida favorável à liberdade individual, porque deixa aos pobres o controle direto do uso a ser feito da verba que receberão. Ele garante que existem experiências concretas atestando que, “quando recebem dinheiro gratuitamente, as pessoas não o desperdiçam ou gastam com bebida. As pesquisas mostram que todos nós queremos realizar os nossos sonhos” e “o grande desperdício dos nossos dias são os milhões de pessoas que estão presas à pobreza ou a um trabalho inútil”.
Ele também pensa que a esquerda precisa “defender a meritocracia” e que todas as fronteiras deveriam ser abertas, o que só beneficiaria os países que acolhessem ondas de imigração. Apesar de suas ideias soarem impressionantes ou radicais, ele minimiza a dificuldade: “Tudo deve começar por contar a história de uma forma diferente. É a mesma coisa para a renda básica. Muitas vezes me dizem que as pessoas são contra, mas no século XVII a maioria também era contra a democracia”.
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