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Em entrevista, Carlos Jordy diz que Bolsonaro é a liderança mais próxima do ideário liberal e conservador no país

Eleito pela primeira vez vereador de Niterói (RJ) em 2016, parlamentar considera que o debate entre liberais e conservadores é saudável e endossa projetos como o "Escola Sem Partido" e a luta contra a ideologia de gênero

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Foto: Reprodução / Facebook

Ele foi eleito pela primeira vez vereador de Niterói, na zona metropolitana do Rio de Janeiro, em 2016. De lá para cá, sua atuação combativa bastante alinhada ao conservadorismo e, mais precisamente, à família Bolsonaro, tem ganhado notoriedade. Dentre os principais projetos defendidos na Câmara Municipal, está o “Escola Sem Partido”, idealizado pelo procurador Miguel Nagib. Na entrevista abaixo, concedida exclusivamente ao Boletim da Liberdade, Carlos Jordy (PSC) abre o jogo sobre sua experiência nesses meses como vereador, sua relação com os Bolsonaro e a possibilidade cada vez maior de ser candidato novamente em 2018. Confira.

Boletim da Liberdade: O que te motivou a ingressar na política e como foi sua experiência de fazer uma campanha com uma plataforma claramente conservadora e alinhada à família Bolsonaro? Acreditou desde o início que seria eleito?

Carlos Jordy: Sou servidor público há seis anos e sempre gostei de servir ao público. Mas considerava que poderia servir mais à sociedade. Mais do que sendo uma engrenagem da máquina. Eu via toda a degradação moral que existia (e existe) na política que foi implementada pela esquerda em uma verdadeira devastação dos valores, somada a corrupção e ao fisiologismo. Como consequência, a população ficou descrente da política, mas sempre gostei da política.

Então, de alguns anos pra cá, comecei a militar e em 2015 quando aproximaram-se as eleições municipais, e comecei a me interessar para o ingresso nesta luta e me aproximei mais da família Bolsonaro. Já conhecia mais proximamente o Eduardo Bolsonaro: pedi o seu apoio e me coloquei nesta empreitada porque eu queria poder fazer alguma coisa pelo meu país, fazer alguma coisa defendendo a boa política, colocando um pouco de garra e juventude para melhorar alguma coisa, para poder fazer diferente.

Eu acreditei [que seria eleito] desde o início, mesmo sabendo que teria toda resistência em Niterói. Uma cidade que tem uma tradição de esquerda (onde o Partido Comunista foi fundado em 1922 e que é governada por partidos de esquerda desde 1988), com políticos de esquerda e pelos chamados politiqueiros, que não fazem resistência as pautas socialistas. Sabíamos que iríamos ter várias retaliações e diversas manifestações contrárias ao nosso posicionamento, mas sempre tive coragem e fui pra dentro sem medo para tentar fazer que tivéssemos representatividade sendo a voz das pessoas de Niterói que não se sentem representadas pelos políticos que se encontravam na Câmara Municipal. Colocamos a cara a tapa, sofremos resistência, mas sobrevivemos. E, mais do que isso, fizemos com que a esquerda na cidade se acostumasse com a nossa presença, nosso posicionamento e por isso estão em estado de histeria e em polvorosa.

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Boletim da Liberdade: Estando há pouco mais de um semestre como vereador, como você descreveria, de maneira geral, a sua atuação no cargo e os seus principais focos de interesse? Levando em consideração o contexto atual, você considera mais importante criar projetos de lei novos ou reagir e denunciar às investidas, manobras e projetos de políticos de partidos contrários?

Carlos Jordy: Minha experiência tem sido muito boa nesses quase nove meses de mandato, em uma intensidade altíssima e que percebemos que temos um longo e árduo caminho pela frente com longas lutas, plantando sementes para a formação de novas lideranças, gerando mais consciência na população em relação as incongruências da esquerda e mostrando que é possível fazer política de maneira diferente, com seriedade.

Eu acredito que é papel do legislador criar leis, mas tendo o entendimento que já temos leis demais. Nosso objetivo hoje é fiscalizar e promover a guerra cultural, além de revogar leis inúteis e inócuas, sem aplicabilidade alguma em nosso município. Existem vereadores que elaboram uma “penca” de leis somente para saírem se vangloriando que aprovaram diversos projetos, mas, se você pega para analisá-los, percebe que não têm relevância alguma. São projetos feitos pelos chamados politiqueiros para promoção pessoal, mas parcela da população entende de maneira errada que o bom legislador é aquele que aprova muitas leis e às vezes são leis para transformar em patrimônio cultural intangível determinado grupo que não faz nada de importante para a sociedade.

Nosso objetivo hoje é fiscalizar e promover a guerra cultural, além de revogar leis inúteis e inócuas, sem aplicabilidade alguma em nosso município. […] Mas parcela da população entende de maneira errada que o bom legislador é aquele que aprova muitas leis

Temos que aprovar leis que possam mudar efetivamente a vida da população, que possam facilitar a vida de quem quer empreender e produzir. A guerra cultural aparece na fiscalização no momento em que pautas de esquerda aparecem em plenário para serem votadas, fazendo que exista um contraponto com tais assuntos, evitando que projetos nocivos sejam aprovados e atrapalhem a vida da população.

Eduardo Bolsonaro (o segundo da esquerda para a direita) e Carlos Jordy (o terceiro, na mesma direção) em foto recente (Foto: Reprodução/Facebook)

Boletim da Liberdade: Embora diferenças internas não sejam exatamente novidade, os debates e discussões no ecossistema pró-liberdade entre liberais e conservadores se acentuaram na medida em que Dilma foi derrubada e projetos político-partidários começaram a se estabelecer e entrar em choque. Como você avalia o comportamento dos partidos e lideranças políticas liberais e conservadoras rumo a 2018? Liberais e conservadores devem, na sua opinião, fechar questão em apenas um candidato presidencial?

Carlos Jordy: Acredito que este debate entre liberais e conservadores é extremamente saudável, pois esta polarização interna é boa e gera uma “dialética do bem”, assim estimulando ambos os lados a produzir conhecimento e formar representantes que abordem as duas pautas. Temos que parar de pensar que liberais não podem ter aspectos conservadores, pois o liberalismo clássico, representado em autores como Adam Smith e autores da Escola Austríaca sempre disseram que a leitura da economia deve ser feita partindo do princípio dos aspectos morais, pois não se tem o respeito as transações voluntárias se não houver base moral sólida e forte.

E os conservadores não tem mais a concepção de que o pensamento conservador deve ter uma matriz nacionalista e protecionista, estando alinhado a pautas liberais na parte econômica, sem deixar de lado aspectos morais, culturais, tradições e origens. Na minha opinião, se não houver nenhuma liderança que consiga reunir todos estes predicados, devemos focar em quem estiver mais próximo disso, sendo que na minha concepção já existe uma liderança com tais características representada na figura do deputado federal Jair Bolsonaro.

Se não houver nenhuma liderança que consiga reunir todos estes predicados, devemos focar em quem estiver mais próximo disso, sendo que na minha concepção já existe uma liderança com tais características representada na figura do deputado federal Jair Bolsonaro

Na minha maneira de pensar, o outro possível candidato vendido como liberal não tem tais predicados, pautando-se apenas nas questões administrativas e econômicas, abandonando totalmente valores, aspectos morais e até incentivando determinadas pautas que abandonam tais questões mencionadas em prol de uma economia forte e de realizar uma boa administração que possa estabilizar o país, sendo nocivo para as futuras gerações brasileiras.

Boletim da Liberdade: A Família Bolsonaro está gozando de grande popularidade na internet e o deputado federal Jair Bolsonaro já se posiciona como segundo lugar nas pesquisas presidenciais para 2018. Podemos dizer que você está no grupo político da Família Bolsonaro? Caso sim, quais são as ideias – ou que tipo de conservadorismo – e qual o legado que o povo brasileiro pode esperar de vocês no poder?

Carlos Jordy: Sim, falo sem problema algum isso e é fato notório que faço parte do grupo político dos Bolsonaros. Antes eu era apenas uma incógnita, sobretudo durante o período eleitoral, consegui vencer a eleição e tenho feito em meu mandato um trabalho bastante alinhado com eles, em um trabalho também pautado pela lealdade. Não uma lealdade cega, mas uma lealdade que entendo que são minhas lideranças e no meu ver não existem pessoas que tem mais condição de levantar esta pauta do conservadorismo na política. E todos podem ter a certeza que hoje os conservadores que estão surgindo a partir da família Bolsonaro, como eu, tem uma concepção de que se faz necessário que tenhamos uma maior liberdade econômica para que se possa ter mais emprego, mais desenvolvimento, mas é preciso resgatar os nossos valores, fazendo com que certas pautas que os socialistas tratam como liberdades, mas na verdade são verdadeiras libertinagens, não se expandam da maneira que desejam. Ressalto que a economia tem a sua importância, mas devemos conter a crise moral existente através na sociedade, através da cultura, da educação, da mídia e da política.

É preciso resgatar os nossos valores, fazendo com que certas pautas que os socialistas tratam como liberdades, mas na verdade são verdadeiras libertinagens, não se expandam da maneira que desejam

O deputado federal Jair Bolsonaro (à esquerda) e Carlos Jordy (Foto: Reprodução/Facebook)

Boletim da Liberdade: Recentemente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC/SP) defendeu a proibição da apologia ao comunismo no país. Como você enxerga o socialismo enquanto ideologia e, posteriormente, projetos que visam proibí-lo?

Carlos Jordy: O comunismo deveria ter sido proibido há muito tempo em nosso país. Um grande mal dos militares entre 1964 e 1985 foi ter combatido as guerrilhas armadas e deixado que o marxismo cultural se alastrasse livremente nas universidades, achando que não causaria nenhum mal para o país. O comunismo matou 100 milhões de pessoas mundo afora ou até mais, dependendo da fonte. O nazismo matou 9 milhões de pessoas e é considerado um grave crime para a sociedade e a sua apologia é considerada delito em diversos países, mas muitas nações que sentiram na pele todas as atrocidades do comunismo como Romênia, Polônia e Ucrânia proibiram qualquer menção ao comunismo. Tal ideologia é uma verdadeira engenharia social que promete um paraíso na terra, mas que concede um verdadeiro inferno na terra. Sabemos que no ambiente em que vivemos nos dias atuais o comunismo alastrou-se para diversos segmentos como a educação e a cultura, fazendo com que a aprovação de tal projeto seja improvável, mas entendo que tal ação fomenta o debate sobre o tema, para revelar a população os males do comunismo no Brasil e no mundo.

Boletim da Liberdade: No Projeto de Lei 112/2017, você propõe a criação da “Semana de Defesa do Patriotismo e Civismo” no município de Niterói. Qual a intenção desse projeto e em que exatamente consistiria essa Semana?

Carlos Jordy: Este projeto tem um propósito bastante conservador. Temos que resgatar nossos valores e o nosso patriotismo, pois o que temos nos dias atuais é uma verdadeira geração de apátridas. O esquerdismo no sistema educacional, quando retirou matérias do currículo escolar como OSPB (Organização Social e Política do Brasil) e Moral e Cívica e com professores estimulando o multiculturalismo, fez com que o estudante perdesse o sentimento de pertencimento a sua pátria, culminando com uma geração que não nutre nenhum respeito aos símbolos nacionais.

Precisamos resgatar isto, pois o amor a pátria é o amor ao intangível que foi legado pelos nossos antepassados e que desfrutamos nos dias atuais mesmo que com algumas deficiências, mas que herdamos e devemos amar pois é o lugar em que vivemos e que convivemos com a mesma cultura, com o mesmo idioma e com os mesmos costumes. Lembro que na minha época de adolescente, havia os desfiles das escolas no Dia da Independência, as crianças iam para a escola e cantavam o Hino Nacional, respeitando a bandeira e nos dias atuais não temos mais isso. Temos uma geração que só se preocupa com o coletivismo socialista e devemos resgatar o respeito aos símbolos nacionais.

O vereador Carlos Jordy em manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro, em favor do voto impresso. Camisa denuncia o “marxismo cultural” (Foto: Reprodução / Facebook)

Boletim da Liberdade: Felizmente, cresceu o debate sobre doutrinação ideológica nas escolas brasileiras. E você protocolou em Niterói o “Projeto Escola Sem Partido”, criado pelo professor Miguel Nagib. Enquanto estudante, você chegou a presenciar algum tipo de doutrinação? Caso positivo, como foi? Qual é a importância do projeto Escola Sem Partido e por que boa parte dos professores é crítica ao projeto?

Carlos Jordy: Todos nós já passamos por alguma experiência de doutrinação ideológica. Eu passei por isso, mas na minha época ainda não existia tal termo. O termo doutrinação ideológica é um nome novo para uma prática antiga. A prática antigamente não era tão corriqueira como é nos dias atuais; antes, a doutrinação ocorria de maneira mais velada e realizada mais por professores de matérias como História e Geografia, e nos dias atuais docentes de outras disciplinas praticam isso. Meu pai sempre seguiu um pensamento conservador e sempre me alertou sobre os perigos do socialismo em casa, puxando minha orelha e não destrambelhei para os encantos socialistas.

A importância do projeto é grande não apenas na sua aprovação, mas também no debate gerado por causa do projeto. Tornamos o debate sobre doutrinação ideológica um papo de esquina, um papo de bar, falando de maneira corriqueira e não somente em salas de aula e nas esferas legislativas municipais, estaduais e federal. Os pais estão sabendo a respeito deste fato e estão mais alertas; os militantes travestidos de professores estão ficando com medo, pois o que ocorria antes no silêncio das salas de aula está sendo revelado. Todas estas doutrinações de ideologias feministas, gayzistas, ideologia de gênero e cultura de estupro, incentivo para levar crianças e adolescentes para manifestações de esquerda e ocupações estão sendo mostradas.

A importância do projeto “Escola Sem Partido” é grande não apenas na sua aprovação, mas também no debate gerado por causa do projeto. Tornamos o debate sobre doutrinação ideológica um papo de esquina, um papo de bar, falando de maneira corriqueira e não somente em salas de aula e nas esferas legislativas municipais, estaduais e federal. Os pais estão sabendo a respeito deste fato e estão mais alertas

Os pais descobrem que a educação está tomada por pessoas que não tem nenhuma responsabilidade com o ensino, fazendo das crianças de ratos de laboratório para a defesa de ideias de esquerda. Os professores de esquerda são contra o projeto pois entendem que está na educação a galinha dos ovos de ouro para a formação de jovens militantes para as suas causas e querem continuar a doutrinar colocando a sua visão distorcida do mundo sem ter nenhuma contestação. Vale destacar que o “Escola Sem Partido” não quer coibir o debate político das escolas, mas sim coibir o assédio moral e o ensino unilateral de visões políticas.

Boletim da Liberdade: Apesar de vereador em Niterói, você não deixa de abordar a crise do estado e fazer fortes críticas ao governo Pezão. De maneira geral, como você, um vereador “de direita”, enxerga a situação do Rio de Janeiro como um todo? Quais soluções de direita o povo fluminense pode esperar para os problemas?

Carlos Jordy: O governo estadual chegou a esta crise atual desde a gestão do ex-governador Sérgio Cabral Filho, tendo maior parcela de culpa com o conluio do então vice-governador Luiz Fernando Pezão, pois foi durante a gestão deles que foi dilapidado o erário, transformando a máquina administrativa num verdadeiro balcão de negócios, realizando licitações superfaturadas, alimentando-se deste fisiologismo e da corrupção. Acima de tudo, devemos limpar a máquina estadual, tirando o PMDB, que se perpetua em tais práticas e na eleição do ano que vem eleger um governador comprometido com a redução da máquina pública, realizando privatizações que não mantenham o monopólio, pois os monopólios são prejudiciais para o consumidor e geram custos altos para o estado, além de buscar atrair empresas para o estado com impostos menores.

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Boletim da Liberdade: Agradecemos pela entrevista e perguntamos quais são seus projetos daqui para frente, incluindo se podemos esperar uma candidatura sua em 2018.

Carlos Jordy: Estamos trabalhando arduamente, estou bastante feliz por tudo que fizemos nesses meses de mandato em nosso município, pelo fato de ter uma boa aceitação popular, recebendo diversos elogios pelo trabalho realizado e isto não nos acomoda e não leva para uma zona de conforto. Como representante eleito, busco sempre ouvir a população para melhor servi-la. Como consequência do trabalho realizado, recebi diversos convites para disputar alguma eleição em uma outra esfera. Inicialmente, eu não tinha a pretensão de me candidatar em 2018, querendo realizar o mandato de quatro anos, buscando consolidar nosso nome em Niterói, para assim em um segundo momento buscar alçar novos voos. Mas, em um momento em que a população está carente de políticos honestos e comprometidos com o erário e com a qualidade de vida da população, diversos convites estão vindo para concorrer ao pleito do ano que vem. Estamos estudando os cenários, avaliando qual cargo devo disputar, que pode ser de deputado estadual ou de deputado federal.

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