Rodrigo da Silva, um dos fundadores do portal Spotniks, publicou na última sexta (10) uma forte crítica ao Movimento Brasil Livre. Ele, que conta com 63 mil seguidores em seu perfil no Facebook, disse “se espantar com a leniência com que o MBL trata o governo [Temer]”.
“Se a tentativa de empossar Moreira Franco ministro para escapar da Lava Jato não rendeu protestos contundentes do grupo – como a nomeação de Lula à Casa Civil, em março do ano passado – o mínimo que esperava era manifestações contrárias em relação à nomeação política do tucano Alexandre de Moraes ao STF. A verdade é que o PMDB está engasgado de lama e até o presente momento o número de vezes em que o MBL saiu às ruas para protestar contra o governo é igual a zero”, declarou.
O editor do Spotniks ressalta que defendeu o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, mas “não tinha qualquer romantismo com Michel Temer”, sobre quem afirma “não acreditar nas suas intenções”. Rodrigo da Silva pontua também que sabe que “boa parte da esquerda é leniente em relação a equívocos cometidos por sindicatos, partidos políticos, organizações de classe e movimentos estudantis”, justificando-se por isso que é “justamente por criticá-los” que não se silencia em relação ao MBL.
Até onde ser pragmático?
Rodrigo diz em seu artigo também que reconhece que “há muita gente bem intencionada” no MBL, mas que – mesmo assim – “faz um grande esforço para tentar entender as perspectivas que o MBL possui em relação à realpolitik”. Segundo ele, a “noção, tão repetida aos seus membros, de que é inteligente abrir mão de purismos ideológicos em troca de uma cadeira no jogo político, não pode estar acima da ideia de que a participação nesse jogo só existe para suprir uma vontade minimamente coerente com os princípios liberais, pois […], caso contrário, o MBL será engolido pelo tubarão, se tornará tão fisiológico como qualquer outro partido interessado apenas em vencer eleições”.
Por fim, Rodrigo da Silva salienta que não é o seu papel “praticar qualquer espécie de caça às bruxas ao MBL”, mas que “serve como ombdusman das ideias que o grupo diz defender”. “A democracia é um jogo exercido por grupos de pressão e, gostem ou não, o MBL realiza essa tarefa com relativo sucesso. Mas não posso me calar nas discordâncias. Não estou aqui pelos tapinhas nas costas”, afirma.
Confira a íntegra do texto no perfil de Rodrigo da Silva no Facebook.