Aos 20 anos, o paulista Fernando Holiday conquistou notoriedade nacional na coordenação do Movimento Brasil Livre, tornando-se figurinha carimbada não apenas nos protestos contra o governo Dilma, mas também como representante do movimento em entrevistas a programas jornalísticos – como a TVeja e o Pânico no Rádio.
Assumidamente homossexual, negro e oriundo da periferia, Holiday fez referência às suas origens e características para ressaltar a quebra de estereótipos construídos pela esquerda e construir uma plataforma de combate ao “vitimismo”, ao socialismo e aos desvios do “movimento negro”, sustentando os princípios liberais. Já foi chamado de “fascista” e de “capitão do mato”. Porém, sem recuar em sua plataforma, ele se elegeu vereador, com 48 mil votos. Nesta quarta (04/01), Holiday concedeu entrevista à TV Câmara – repercutida posteriormente no site do O Estado de São Paulo – fazendo três grandes promessas totalmente alinhadas com o seu discurso de campanha.
A primeira delas, que chamou mais atenção dos veículos de notícia, foi o anúncio de uma proposta para a extinção do Dia da Consciência Negra – celebrado em 20 de novembro em homenagem à morte do líder do Quilombo dos Palmares, o famoso Zumbi (1655-1695), nesta mesma data. Em outras ocasiões, Holiday já havia frisado que Zumbi tinha escravos e que não era adequado representar a liberdade dos negros através da sua imagem. Ao Estado, ele ressaltou que a própria ideia da necessidade de uma data para isso é uma forma explícita de discurso racista. “Este nome é segregacionista, acaba de certa forma sendo racista. As pessoas devem ter consciência humana, independentemente da cor da pele”, disse ele, que não se opõe a que seja estabelecida uma outra data, em homenagem a uma outra figura representativa da luta abolicionista, mas sem o nome “Consciência Negra”. A sugestão do próprio Holiday, divulgada em sua página no Facebook, é homenagear o advogado abolicionista e ex-escravo Luís Gama (1830-1882).
Outra grande proposta de Holiday é combater as cotas raciais em concursos públicos municipais. “É um debate que há muito tempo venho encampando, contrário às cotas porque acredito que elas reforçam o racismo ao invés de ajudar os negros”, ele garantiu à TV Câmara. Finalmente, depois de ter protestado contra uma homenagem ao ditador comunista cubano Fidel Castro (1926-2016), Holiday quer batalhar pela proibição de solenidades em honra a qualquer personagem ou acontecimento “que tenha atentado contra os direitos humanos e a liberdade em algum momento da história”, pois, segundo ele, é preciso que a “casa do povo” respeite “as liberdades também quando for homenagear alguém”.
Como liberal, suas pautas incluem ainda adotar Parcerias Público-Privadas para Educação, Saúde e áreas de lazer e revogar legislação ou burocracia que atrapalhe o empreendedorismo.