No último dia 18, a Folha de S. Paulo publicou em seu site uma análise sobre o novo Brasil que, segundo ela, surge após o esgotamento de um ciclo político. Escrita pelo jornalista Fábio Zanine, da editoria “Poder”, a publicação inicia trazendo alguns fatos que comprovariam que “a esquerda e o PT” estariam “na lona”.
“Em janeiro, o PT governava o Brasil, a cidade de São Paulo e mais de 643 municípios. […] O processo de impeachment de Dilma Rousseff havia sido deflagrado, mas as apostas eram de que escaparia da cassação. […] João Doria era uma piada, quase um Donald Trump, e […] Marcelo Crivella estava fadado a sofrer o peso da rejeição”, diz o texto.
Segundo Zanine, o país sofre com um “vendaval direitista” que chegou com “força avassaladora, rivalizando ou superando a onda vermelha” que teria ajudado a eleger Lula em 2002. Para ele, porém, não se trata apenas o fim de um ciclo político ou, nas palavras de FHC, “fadiga de material”.
“Houve uma mudança palpável de orientação ideológica no país. Palpável, radical e rara”, diz a análise, que complementa: “A direita soube apropriar-se habilmente do ambiente refratário à política que decorre da […] Lava Jato e do fiasco que foi o governo Dilma. […] O conservadorismo pôde se assumir sem receios.”
Por fim, a Folha aponta que Lula dificilmente seria uma alternativa viável para disputar a presidência em 2018 e que Alckmin e Bolsonaro seriam os representantes dessa nova direita, em “suas versões moderada e truculenta”.