O egoísta racional - Coluna Instituto de Estudos Empresariais

O egoísta racional

29.10.2020 01:32

*Pedro Zanetello

A força da opinião pública tende a regular a conduta social humana à medida que as pessoas escolhem se comportar de uma maneira virtuosa em uma sociedade. Apesar de essa visão sobre a natureza poder ser considerada relativa, podemos argumentar que os seres humanos se importam não apenas com como outros os veem, mas também em agir de acordo com certos padrões morais universais. E não apenas isso: o indivíduo se comporta para honrar seu “eu interior”, o qual aprova ou condena ações de acordo com padrões de virtude que ele entende corretos e desejáveis, o que muitos denominam “egoísmo”.

Nesse sentido, é curioso perceber que “egoísmo” se tornou uma palavra de significado pejorativo, ao passo que ela representa a defesa das coisas mais importantes para nós: amor próprio e princípios individuais. Foi graças a esse egoísmo racional que a humanidade evoluiu e prosperou exorbitantemente por meio do capitalismo – a busca inquietante por melhores padrões de vida, mediante trocas voluntárias.

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Ações benevolentes, por sua vez, oriundas do altruísmo, são frequentemente comparadas – de forma equivocada – com justiça social, que deveria ser definida pela garantia dos direitos naturais, da vida, da liberdade e da propriedade. Na verdade, uma ação benevolente é apenas uma boa ação a um terceiro. Ainda que seja desejável vivermos em uma sociedade que é benevolente, seria inviável vivermos em uma sociedade sem a garantia da justiça e da preservação dos direitos naturais – portanto, um lugar injusto. Garantindo esses direitos, indivíduos podem produzir bens e serviços, gerar riqueza e prosperidade, e certamente beneficiam não apenas a si mesmos, mas também toda a comunidade – inclusive e, principalmente, os mais pobres.

Podemos concluir, então, que ações egoístas geram benefícios coletivos – e talvez esse seja um dos pontos mais difíceis de elucidar para aqueles que insistem em argumentos falaciosos coletivistas e autoritários. A autorregulação moral dos indivíduos não pode ser reduzida ao altruísmo, pois o nosso direito de buscar egoisticamente nossa própria felicidade foi a base da evolução de nossa civilização, e todo processo de cooperação social voluntária com terceiros também considera a melhoria da nossa própria existência. Portanto, da próxima vez que alguém chamá-lo de “egoísta”, apenas sorria e agradeça.

*Pedro Zanetello, empreendedor e associado do Instituto de Estudos Empresariais (IEE).

Foto: reprodução/arquivo pessoal.

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