Não será uma "marolinha" - Coluna Debate Aberto

Não será uma “marolinha”

01.05.2020 07:08

No dia anterior à data comemorativa do dia do trabalho (1º de maio) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a taxa de desemprego para o 1º trimestre, subindo para 12,2% de acordo com os dados do da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). O que representa 12,9 milhões de pessoas.

Apesar do aumento em relação ao trimestre anterior (algo normal quando levado em conta a mudança de ano e redução do consumo) é a menor taxa para o primeiro trimestre desde 2017, ano em que foi realizada a reforma trabalhista.

Tivemos ainda uma alta de 0,8% na renda média real do trabalhador em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo o valor de R$ 2.398. E a informalidade teve uma leve queda de 1,1%, chegando a 39,9%.

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Por outro lado, a maior potência econômica do mundo ultrapassou 30 milhões de pedidos de auxílio-desemprego nas últimas 6 semanas e o PIB americano contraiu 4,8%, o maior recuo desde a grande recessão.

O que representa essa diferença de resultados? Que passamos apenas pelo terremoto, agora tem o tsunami.

O Brasil nas próximas semanas enfrentará momentos difíceis com a retomada do comércio e flexibilização da quarentena, que para muitos é questão de sobrevivência.

O Brasil nas próximas semanas enfrentará momentos difíceis com a retomada do comércio e flexibilização da quarentena, que para muitos é questão de sobrevivência. A taxa de contágio brasileira (2,8) que já é a maior do mundo tende aumentar. Isso significa que para 1 pessoa infectada outras 2,8 pessoas também serão infectadas.

Segundo estudo do Imperial College de Londres, o total de mortes pela COVID-19 no Brasil pode chegar a 9,7 mil até o próximo domingo (3/5), os casos no país são considerados “em provável crescimento” e o de óbitos apresenta registro “muito grande”, colocando o Brasil na pior situação de 48 países analisados.

Enquanto isso a economia enfrenta as dificuldades políticas, o ministro Paulo Guedes afirmou que “é preciso ter responsabilidade fiscal e não comprometer o futuro dos brasileiros”, em relação ao debate de aumento do gasto público via investimentos em obras públicas, debatido com os militares semana passada, que causou tensão entre as partes.

Guedes reafirmou a confiança no acordo com o Senado para a aprovação do pacote de socorro de R$ 130 bilhões aos estados, com a contrapartida de congelamento do salário dos servidores públicos por dois anos. Segundo o ministro, a contrapartida é essencial para manter o compromisso com o equilíbrio fiscal após o fim da pandemia.

Você poderia de perguntar “E daí?” Como fez o Presidente, bom o cenário é alarmante. O tsunami atingiu os EUA… E apesar da necessidade de otimismo, cuidado e cautela, é melhor segurar em algum lugar, pois mais uma vez não será só uma “marolinha”.

*Vinicius Santana é Administrador Público pela UNESP

Foto: reprodução/arquivo pessoal

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