fbpx

Beijos na Nuca, Campanhas Eleitorais e PNA

Compartilhe

Já não bastasse toda confusão em torno de seu filho, Hunter Biden, investigado por envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro em empresas ucranianas, Joe Biden agora terá que lidar com acusações de assédio sexual, feitas por uma ex-funcionária de seu gabinete quando ele atuou como senador pelo estado de Delaware. Biden exerceu a função de 1973 a 2009, totalizando seis mandatos consecutivos no cargo.

Há um ano, em abril de 2019, Biden já havia sido acusado por duas mulheres: Amy Lappos – ex-assistente de um congressista do Partido Democrata – e Lucy Flores – candidata em 2014 à vice-governadora de Nevada. Lappos alega que o candidato pegou em seu rosto com as duas mãos e esfregou o seu nariz no dele, num evento de campanha em 2009. Já Flores contou que Biden colocou as duas mãos em seus ombros por trás, cheirou seus cabelos e deu um beijo em sua nuca. Tara Reade, a terceira acusadora, contou em 2019 que o ex vice-presidente havia tocado seus ombros e sua nuca, mas nesta semana as acusações foram para um outro patamar, dizendo que seu antigo chefe a empurrou contra a parede determinado dia e de fato agiu com obscenidades.

[wp_ad_camp_1]

As imputações são extremamente sérias e podem custar inclusive a nomeação de Biden para concorrer pelo Partido Democrata contra Trump. Mesmo neste momento ele sendo o único “concorrente” nas primárias, a designação da chapa presidencial só ocorre em agosto deste ano, na Convenção Nacional do partido, o que pode mudar todo quadro. Neste sentido, caso o Comitê do Partido Democrata insista em manter Joe Biden como cabeça de chapa, mais uma vez a escolha da vice será imprescindível para determinar qualquer possibilidade de vitória sobre os republicanos.

Contudo, dado o cenário caótico na vida pessoal do candidato, 26% dos eleitores democratas estão solicitando ao partido que troquem o nomeado em agosto. Vamos combinar aqui que eles estão certos, se a intenção é derrotar Trump em novembro, não há motivo para insistir em uma nomeação que já vem causando problemas há um ano e, ao que tudo indica, não vai parar por aí.

Desconfia-se que há movimentação da militância de Bernie Sanders nessa pressão para definir um novo “cabeça de chapa”, principalmente se olharmos a faixa etária na pesquisa da Morning Consulting (foto anterior).

É evidente que acusações de assédio e exposição de desvios de conduta na vida pessoal sempre são utilizadas como munição para ataques a adversários em campanhas eleitorais, mas parece que no final das contas eleitores americanos não se importam muito com isso, uma vez que em 2016 Donald Trump, então candidato à presidência, também sofreu queixas de assédio sexual e o resultado no final das contas foi a vitória dele como presidente dos Estados Unidos – por decisão do Colégio Eleitoral, que fique claro.

Mas para nós, mulheres, o que estes episódios nos ensinam?

É preciso contar para seus amigos mais próximos, pedir o apoio de familiares, pegar o megafone e ir até o fim na luta.

Em primeiro lugar, não podemos adiar denúncias. Sim, é preciso ter coragem para delatar homens em posição de poder, mas é necessário fazer isso imediatamente na ocorrência do fato. É preciso contar para seus amigos mais próximos, pedir o apoio de familiares, pegar o megafone e ir até o fim na luta. Claro, você será taxada de oportunista, caluniadora e outros termos inapropriados de se escrever aqui. Tenha audácia, engula o choro e faça o certo.

Em segundo lugar, não apoie, não vote, não passe pano para assediadores. E esse recado também serve para os homens, pois ele reforça o valoroso “princípio da não-agressão” – axioma ético libertário – descrito em “A Ética da Liberdade” por Rothbard: “Toda pessoa é a proprietária de seu próprio corpo físico assim como todos os recursos naturais que ela coloca em uso através de seu corpo antes que qualquer um o faça; esta propriedade implica o seu direito de empregar estes recursos como lhe convém até o ponto que isto afete a integridade física da propriedade de outro ou delimite o controle da propriedade de outro sem seu consentimento.”

Como o Partido Democrata irá agir diante disso? Ainda não sabemos. Apenas estamos cientes de que esta decisão determinará de uma vez por todas se há hipocrisia, ou não, em toda narrativa progressista sobre respeito e empoderamento feminino. Meu palpite é: eles não se importam nem um pouco com isso.

Foto: David Lienemann

[wp_ad_camp_1]

Aviso

As opiniões contidas nos artigos nem sempre representam as posições editoriais do Boletim da Liberdade, tampouco de seus editores.

Mais Opinião

plugins premium WordPress
Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?