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Polêmica: Eduardo Bolsonaro faz crítica a Alexandre Borges envolvendo livro sobre nova direita

Foto de Alexandre Borges com João Doria foi alvo de ataque do deputado paulista, associada à divulgação do novo lançamento da Resistência Cultural

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(Foto: Reprodução / Facebook)
(Foto: Reprodução / Facebook)

Uma grande confusão agitou o ecossistema pró-liberdade nesta quarta, dia 28. Os personagens envolvidos: Alexandre Borges e Eduardo Bolsonaro como protagonistas, João Doria e Lucas Berlanza como pano de fundo. Em seguida, a confusão assumiu tais proporções que diversos influenciadores expressivos se manifestaram a respeito.

Tudo começou quando o deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) divulgou em sua página no Facebook uma imagem do comentarista político e publicitário Alexandre Borges ao lado do prefeito de São Paulo, João Doria, vinculada à capa do livro “Guia Bibliográfico da Nova Direita – 39 livros para compreender o fenômeno brasileiro”, do jornalista Lucas Berlanza, colunista do Instituto Liberal e editor do blog Sentinela Lacerdista.

Comentando a foto, Eduardo usou o título “Nova direita ou direita permitida?”. Segundo ele, a imagem não “se trata de uma foto protocolar, um aperto de mãos civilizado por educação”. Diz ainda: “Recentemente, Alexandre Borges divulgou o lançamento do livro ‘Guia Bibliográfico da Nova Direita’. Será mesmo que a nova direita é: desarmamentista; a favor de um Brasil globalista sem fronteiras; contra a redução da maioridade penal; que nomeia secretários de extrema esquerda / maconheiros; financiadora de paradas LGBTs promíscuas que até mesmo muitos gays também não apoiam; que passa a mão na cabeça de corrupto pelo simples fato dele ser do mesmo partido que o seu; contra o Estado mínimo e a favor de um moderno ‘Estado gestor’?”. E sentenciou: “Se isso é a nova direita, então lamento, mas a ‘nova direita’ é de esquerda”. Ele ainda desenvolveu suas explicações em um vídeo transmitido ao vivo. O leitor pode conferir esse comentário abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=JlirpIKnXfg

As reações na seção de comentários

Alexandre Borges não reagiu à crítica. No entanto, outras vozes se manifestaram, em expressiva maioria contrariamente ao posicionamento do parlamentar. Amigo de Borges, o escritor e tradutor Flavio Gordon, prestes a lançar um livro pela editora Record, publicou na seção de comentários que é “lamentável” a postura de Eduardo “e de alguns de seus seguidores”. Para ele, Alexandre Borges é “uma mente brilhante, que está o tempo todo analisando a realidade e criando elementos para uma ação política efetiva”, além de ser “incansável em reunir pessoas da direita, conservadores e liberais, colocá-las em contato, criar meios para que elas saiam do isolamento em que tanto tempo estiveram no Brasil”.

O conhecido defensor do porte de armas, Bene Barbosa, preferiu começar seu comentário no mesmo espaço saindo em defesa do livro de Lucas Berlanza. “Então o Guia Bibliográfico aborda Edmund Burke, Friedrich Hayek, Ludwig Von Mises, Olavo de Carvalho, José Guilherme Merquior, J. O. de Meira Penna, Raymond Aron, Roger Scruton, Russell Kirk, João Pereira Coutinho, Joaquim Nabuco, Carlos Lacerda, Bruno Garschagen, João Camilo de Oliveira Torres, Roberto Campos e Winston Churchill, mas tem gente achando que a capa é vermelha, portanto é de esquerda…”. Crítico de Doria, Bene disse que considerar Borges “de esquerda” por conta de uma foto com o prefeito de São Paulo “é uma injustiça inominável”.

O presidente do Instituto Mises Brasil (em que Eduardo Bolsonaro chegou a estudar Escola Austríaca), Hélio Beltrão, comentou que “criticar o Doria é uma coisa”, mas “colocar o Alexandre no balaio só porque ele tirou uma foto com o Doria (que não está no facebook dele, inclusive) é outra coisa completamente diferente”. Alexandre seria, para Beltrão, indiscutivelmente da “direita genuína” e “não defende nenhuma das coisas listadas no post”.

Bernardo Santoro, que foi presidente do Instituto Liberal e atuou na campanha de 2014 do Pastor Everaldo à presidência pelo PSC, atual partido dos políticos da família Bolsonaro, perguntou se Eduardo Bolsonaro pensava realmente que Borges não apoia seu pai Jair, mesmo sabendo que “o cara é amigo pessoal do seu irmão, um dos mais importantes analistas políticos da direita brasileira e te elogia em todos os posts dele”.  Também se manifestaram a favor de Alexandre Borges alguns alunos de Olavo de Carvalho, como Flavio Morgenstern e Filipe Trielli, o estudioso de literatura Rodrigo Gurgel, o parlamentar Paulo Eduardo Martins, entre outros.

Constantino, Lucas Berlanza e a Resistência Cultural

Rodrigo Constantino também publicou um longo texto em sua coluna na Gazeta do Povo criticando a publicação de Bolsonaro. Constantino prefacia o livro de Lucas Berlanza e disse que “Lucas e principalmente Borges merecem um pedido formal de desculpas”, pois embora se possa “dar um desconto pelo jogo político em curso, pelo receio que Bolsonaro tem de que Dória possa ocupar espaços à direita e roubar votos de seu pai”, é “preciso um mínimo de respeito aos fatos e também aos indivíduos envolvidos”.

O autor do livro que esteve no meio da confusão, Lucas Berlanza, também se manifestou. Em comentário direcionado a Bolsonaro, ele ofereceu um exemplar ao parlamentar, afirmando que houve “um grande mal-entendido” no qual seu livro foi inserido. Berlanza disse ainda que sua obra “apresenta, é verdade, autores com linhas de pensamento diferentes dentro do que chamamos de ‘Direita’, mas certamente tanto esses autores em geral (…) quanto eu mesmo estamos muito longe de defender as ideias que você apontou no seu post”. Ele reproduziu os mesmos argumentos em nota divulgada em sua página pública.

José Lorêdo, da Resistência Cultural, editor do livro, disse que o que acha “mais lamentável nessa história é o dep. Eduardo Bolsonaro – a quem respeito, como a seu pai – ter misturado o lançamento de hoje com a sua queixa – com a qual não concordo – ao Alexandre Borges”. Lorêdo se refere ao fato de que o lançamento do livro aconteceu na noite da quarta, 28. O evento em que Alexandre Borges e Doria se permitiram fotografar, ao contrário do que se chegou a acreditar ao longo do dia, não era o lançamento em questão. 

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